O líder do Chega, André Ventura, anunciou neste sábado, através de uma carta enviada aos deputados, que será candidato a Presidente da República em nome do partido.
De acordo com esta carta a que a agência Lusa teve acesso, Ventura pede aos deputados “o maior sigilo sobre a situação”, referindo que vai anunciar esta candidatura às presidenciais de 2026 a 28 de Fevereiro, às 20h00, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
“As razões são diversas, mas prendem-se essencialmente com a necessidade de termos uma candidatura que representa o espaço da Direita anticorrupção e anti-imigração sem confusão com os políticos que toda a vida defenderam o contrário e agora se pretendem apropriar do nosso espaço político “, pode ler-se na mesma carta.
“Esta candidatura justifica-se pelo actual contexto de insegurança que se vive em Portugal: precisamos de um Presidente da República que não tenha medo de dizer que está ao lado das forças de segurança, das polícias e dos magistrados na luta contra o crime. Um Presidente da República que não hesitará em alinhar ao lado dos portugueses de bem contra os bandidos e que pressionará para dar carta verde às forças da ordem para actuarem de forma implacável contra as organizações criminosas e os criminosos que colocam a nossa segurança pública em risco” pode ler-se na carta, citada pela RTP.
E, regressando aos temas estimados pelo partido, Ventura aponta ainda à corrupção, à imigração e à luta contra o sistema, sublinhando que “as Presidenciais de Janeiro do próximo ano serão particularmente importantes para a afirmação do Chega enquanto alternativa de poder em Portugal”.
“Não podemos deixar que o centro-direita e o centro-esquerda (o centrão dos interesses) continuem a dominar e a condicionar a política portuguesa, perpetuando um regime corrupto, de amiguismo e de interesses que se instalou em Portugal nas últimas décadas”, defende André Ventura.
O anúncio desta candidatura não é propriamente uma surpresa.
Em Dezembro, durante uma visita no âmbito das jornadas parlamentares do partido, Ventura admitiu voltar a candidatar-se a Presidente da República nas eleições de 2026, e indicou que anunciaria a sua decisão até ao final de Março.
“Até final de Março, eu apresentei ao partido e tornarei público aquilo que é a minha posição sobre as eleições presidenciais, sobre se vou avançar ou não para as eleições presidenciais em Janeiro de 2026”, afirmou então.
A confirmar-se, esta será a segunda candidatura do presidente do Chega a Belém. André Ventura foi candidato presidencial em 2021, tendo ficado em terceiro lugar, atrás de Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes. De acordo com os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o presidente do Chega obteve 11,90% dos votos (496.773 votos).
Para já o único candidato que assumiu a intenção de concorrer a Belém foi André Pestana, mas a lista de supostos candidatos continua a crescer. Além de Gouveia e Melo, que não esconde esses interesses e tem aparecido como o favorito nas sondagens, no PS somam-se nomes como António José Seguro, António Vitorino, Augusto Santos Silva, Ana Gomes ou o não militante Mário Centeno. À direita, Marques Mendes pondera avançar com uma candidatura, sendo que Luís Montenegro já disse que pretende apoiar uma candidatura de um militante.