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No Bairro do Vale, a SIC falou com um dos filhos do barbeiro e com o funcionário que testemunhou o crime. As marcas do triplo homicídio continuam visíveis e todos que por lá vivem pedem justiça.
Uma semana depois do triplo homicídio, a barbearia no Bairro do Vale, em Lisboa, voltou a abrir portas para receber os clientes que, ao longo dos anos, tornaram-se amigos de Carlos Pina.
Fábio, conhecido como Ziggy no Bairro do Vale, cortava o cabelo a um adolescente no momento em que Fernando Silva entrou armado no estabelecimento. O barbeiro, Carlos Pina, foi o primeiro a ser atingido, e só depois o casal que estava sentado junto à barbearia. No meio da confusão, o empregado do barbeiro ajudou o jovem a fugir. A falta de pontaria do suspeito foi a sua salvação.
“Eu vivo com medo agora, que é uma coisa com que eu não vivia. Nunca na minha vida vou esquecer [aquela quarta-feira]. Foi um trauma muito grande”, desabafou, à SIC, Fábio, funcionário da barbearia.
Daniel Pina é o segundo filho mais velho do barbeiro, estava fora de Lisboa quando recebeu a trágica notícia.
“Quando cheguei ao bairro estava tudo cercado pela polícia. Eu não queria saber das pessoas que estavam à volta, só queria passar, [depois] deixaram-me, mas mesmo assim não estava a acreditar no que tinha acontecido”, relembrou.
Questionado se quer seguir a profissão do pai, Daniel revela que é um sonho, mas não poderá concretizá-lo no imediato devido à falta de dinheiro.
À porta da barbearia, continuam as homenagens.
“Este bairro está vazio… as crianças, os jovens, todos adoravam o Pina”, diz uma dos moradoras.
Fernando Silva, o principal suspeito, foi, nesta quinta-feira, presente ao juiz, mas optou por não prestar declarações. Foi detido a cerca de 30 quilómetros do local do crime. Vai aguardar julgamento em prisão preventiva e a defesa já pediu que ele seja submetido a uma perícia médica.
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