ENTREVISTA SIC NOTÍCIAS
Sebastião Bugalho e Rui Tavares defendem que, uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, representa um sério risco para a paz mundial e, consequentemente, a segurança da Europa. O eurodeputado do PSD acredita que a “paz” defendida pelo republicano irá ter consequências a nível geopolítico, estratégico e económico. O porta-voz do Livre fala num reforço da tendência de “líderes autoritários” no poder.
A 24 horas das eleições presidenciais nos Estados Unidos há uma questão para a qual se procura resposta: o que esperar de Kamala Harris ou Donald Trump à frente da Casa Branca?
Na opinião de Sebastião Bugalho, o “mundo será incerto independentemente de quem ganhe”, mas principalmente com uma eventual vitória de Donald Trump. O eurodeputado do PSD relembra que, um dos temas que mais preocupa a Europa, é a guerra na Ucrânia e que pode estar vir a estar sob ameaça perante uma liderança republicana na Casa Branca com ligações ao Kremlin.
“O senhor Trump fala em conseguir uma paz rápida, uma paz quase imediata. Nós não sabemos que tipo de paz ele defende. Ele ainda há dias dizia num comício: ‘os aliados da América são tão piores do que os inimigos da América’. É um discurso que nunca nenhum presidente ou candidato à presidência teve a ousadia, no pior sentido da palavra, de proferir”, referiu.
“Uma paz russa. Uma paz mais amiga de Vladimir Putin. Uma paz escolhida nos termos do invasor seria uma paz que continuaria a deixar a Europa sobre uma elevada de sensação de ameaça. Isso teria não só consequências geopolíticas e geoestratégicas, mas também teria consequências económicas brutais”, acrescenta.
Por outro lado, Rui Tavares defende que, se Donald Trump vencer, irá haver um reforço da tendência de “líderes autoritários” no poder. Para o porta-voz do Livre, esta vitória servirá para reforçar outros líderes mundiais, como Benjamin Netanyahu e Vladimir Putin, nas suas respetivas guerras.
“Uma Rússia derrotada é perigosa, mas uma Rússia vitoriosa, nas fronteiras da União Europeia, a poucos quilómetros da Roménia e outros países da UE e alguns da NATO também, ainda será redobradamente perigosa”, afirmou.