“Temos aqui dois problemas. Temos o problema que aconteceu nas últimas duas semanas que foi de alguma forma agravado tendo em conta uma série de greves que ocorreram, mas os problemas do INEM não surgiram esta semana, nem na semana passada”, afirmou o presidente.
Carlos Cortes, que visitou esta tarde o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, no Porto, destacou que os problemas do INEM foram-se acumulando ao longo dos anos e que os responsáveis pelos cuidados de saúde “nunca souberam como resolvê-los”.
“Nunca tiveram a devida preocupação e de alguma forma ignoraram o INEM”, afirmou.
O bastonário destacou ainda que a Ordem dos Médicos “está preocupada” e que “mais do que apontar problemas” pretende apresentar soluções para “ajudar a virar esta página”.
Entre as soluções, Carlos Cortes destacou a necessidade de avançar com uma “reforma dos recursos humanos” no INEM.
Questionado sobre as responsabilidades do Ministério da Saúde nesta matéria, o presidente disse esperar que “mais do que intenções e promessas, haja uma implementação de soluções e propostas para ultrapassar este momento difícil”.
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no serviço do INEM levaram à abertura de sete inquéritos por parte do Ministério Público (MP), um dos quais já arquivado. Está também em curso uma investigação da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A demora no atendimento aos chamados de emergência se agravou durante a greve de uma semana de horas extras dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que exigem revisão de carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo de negociação entre o Governo e o sindicato da categoria.