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Depois de comprar cinco cargueiros militares KC-390 Milênio, a Força Aérea Portuguesa assinou, nesta segunda-feira (16/12), um contrato para a aquisição de 12 aviões leves de ataque Super Tucano, fabricados pela brasileira Embraer. As aeronaves A-29N já estão adaptadas às exigências da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Segundo o ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, o valor do contrato é de 200 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão).
Segundo o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, general João Cartaxo Alves, os primeiros aviões terão aptos para o combate em 2026. “Vamos começar a receber os A-29N no último trimestre de 2025. Serão feitas adaptações e, no começo de 2026, deverá estar completamente operacional”, afirmou.
No discurso, durante a assinatura do contrato, o ministro da Defesa indicou a importância da compra dos Super Tucanos. “Três notas fundamentais. A primeira, a necessidade e a obrigação de garantir a modernização dos equipamentos da Força Aérea Portuguesa. A segunda, a formação de pilotos. A terceira, o atualizar para os padrões da OTAN envolvem 30 empresas, que empregam mais de 2 mil pessoas. Estamos colocando a economia da defesa no serviço de Portugal”, disse.
O contrato foi celebrado na sede da OGMA, empresa da qual a Embraer detém 65% das ações, e o Estado Português, 35%. Toda a adaptação da aeronave aos padrões da OTAN será feita na OGMA. “Dos 200 milhões de euros, 75 milhões (R$ 480 milhões)serão aplicados na indústria portuguesa”, revelou Melo.
Venda de aviões
Como parte da aeronave será produzida por uma empresa em que Portugal tem participação acionária, Melo Frisou que o Governo português ajudou a vender unidades do avião. “Vai ocorrer a mesma forma como fizemos com o KC-390. A cada unidade vendida, Portugal ganhará 10 milhões de euros (R$ 63 milhões)”, ressaltou o ministro.
Segundo Frederico Lemos, chefe do Departamento Comercial da Embraer Defesa e Segurança, outros países da OTAN estão fazendo sondagens no sentido de comprar o Super Tucano A-29N. “Há vários países que já manifestaram interesse. Preferimos não comentar quais, mas são vários”, assegurou.
Lemos explicou que as compras militares levam tempo. “O processo de aquisição demora de muitos meses até alguns anos. Seguimos todos os processos de compras públicas, todas as disposições existentes de cada país e, portanto, por vezes, esse processo demora algum tempo”, acrescentou.
Num momento em que, conforme relatos da guerra na Ucrânia, usam-se cada vez mais drones, o diretor da Embraer considera que os aviões tripulados não estão ultrapassados. “Acreditamos que o A-29N mantém um papel muito relevante no tipo de missões que desempenha, de ataque aéreo próximo, inteligência, vigilância e reconhecimento. Portanto, a opção tripulada continua a ser relevante para as Forças Armadas hoje em dia”, afirmou.