“Decidi pedir ao doutor Miguel Albuquerque que venha ao palácio às 16h30 para nomeá -lo como presidente do governo regional”, declarou Ireneu Barreto aos jornalistas, no Palácio de São Lourenço, em Funchal.
O PSD venceu as eleições regionais de domingo com a eleição de 23 deputados, deixando de obter uma maioria absoluta em uma, mas nesta semana assinou um acordo sobre a influência parlamentar e governamental com o CDS-PP, que obteve um assento na Assembléia Legislativa.
Miguel Albuquerque, que liderou o executivo desde 2015, foi nomeado réu em um caso investigando suspeitas de corrupção no início de 2024. Ele renunciou e foi reeleito em maio nas primeiras eleições, mas seu executivo minoritário caiu com a aprovação de uma moção de censura em dezembro.
Depois de ouvir os seis partidos hoje que elegeu deputados nas eleições de domingo-PSD, JPP, PS, Chega, CDS-PP e IL-, o representante da República indicou que “todo mundo era unânime que deveria ser o PSD que forma o governo”.
“Espero que este governo dura a duração de uma legislatura, que é, de fato, pouco mais de quatro anos, até setembro de 2029”, disse Ireneu Barreto, acrescentando que esse é o seu desejo.
“Eu digo a você, com toda a honestidade, que espero que as condições estejam em vigor para que isso aconteça e espero que isso aconteça, porque a região realmente precisa de estabilidade”, ele reforçou.
Em relação à possibilidade de contratempos que surgem para o novo executivo, principalmente resultante de procedimentos legais em andamento, o representante da República disse que “o futuro pertence a Deus”, para que ele não possa, por enquanto, considerar um cenário que ele não domina.
“Justiça é o que pertence à justiça, a política é o que pertence à política”, enfatizou ele, acrescentando: “Há muita justiça e há muitas situações de justiça. O que peço é que não nos apressamos nas coisas. Vamos esperar calmamente, com a serenidade que o povo da Madeira exige, para que o governo possa governar.
Ireneu Barreto destacou que não é possível prever “incidentes ao longo do caminho”.
Hoje, nas audiências com o representante da República, o PSD e o CDS-PP indicaram que as condições para a formação de um governo estável são cumpridas, considerando o acordo sobre a influência parlamentar e governamental que as partes assinaram na terça-feira.
O acordo garante uma maioria parlamentar na região e inclui a integração do líder dos democratas cristãos do arquipélago, José Manuel Rodrigues, no executivo.
A votação ocorreu 10 meses após a anterior, após a aprovação de uma moção de censura apresentada por Chega, que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do governo regional, incluindo o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) e a dissolução da Assembléia Legislativa pela República.
As eleições regionais anteriores foram realizadas em 26 de maio de 2024, e o PSD conseguiu eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (um deputado se tornou independente, no entanto) e o CDS-PP dois. Pan e Il garantiam um assento cada.
Na época, o PSD chegou a um acordo de influência parlamentar com o CDS-PP, que ainda era insuficiente para uma maioria absoluta. Os social -democratas também chegaram a um acordo de influência parlamentar com o PAN após as eleições regionais em setembro de 2023.