Portugal não corre o risco de ter leite infectado pela gripe das aves, uma vez não se registam vacas leiteiras infectadas e que este produto só é comercializado após ser submetido a pasteurização, esclareceu a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) à Lusa. O vírus nunca foi detectado em alimentos em Portugal.
Na Califórnia, EUA, uma gripe das aves foi detectada numa amostra de leite cru da marca Raw Farm, que não está à venda em Portugal, e as autoridades já pediram aos consumidores que devolvessem os produtos adquiridos.
Questionada pela Lusa, a DGAV precisou que “a infecção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade do subtipo H5N1 em bovinos leiteiros nunca foi detectada fora dos Estados Unidos da América”.
A estirpe em causa é a B3.13, que foi testada da “recombinação do vírus da estirpe H5N1 euro-asiática com vírus de estirpes americanas que circulavam em aves selvagens”.
De acordo com a DGAV, tendo em conta que, em Portugal e no resto da Europa, não se registaram vacas leiteiras infectadas, “não há risco de detecção deste vírus no leite”.
Por outro lado, em Portugal só é comercializado leite pasteurizado, não havendo o risco de conter o vírus da gripe aviária.
A pasteurização consiste em determinados alimentos, nomeadamente o leite, a uma temperatura elevada, de modo a eliminar microrganismos patogénicos. O tratamento térmico do leite inativa o vírus.
A DGAV insistiu ainda que, em Portugal, não estão a ser feitas análises ao leite porque “não existe justificação para tal”.
Na actual época epidemiológica, que decorre até 30 de Setembro de 2025, foram confirmados em Portugal dois casos de infecção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade em aves selvagens, nomeadamente numa gaivota-de-patas-amarelas, em Quarteira, Loulé, e numa gaivota-de-asa-escura, em São Jacinto, Aveiro.