O apuramento para os quartos de final da Liga das Nações já está garantido e o primeiro lugar do grupo A1 também, o que confere a Portugal total liberdade para o embate de segunda-feira, em Split (19h45, RTP), na última jornada desta fase. Roberto Martínez, o selecionador, já fez ajustes na convocatória e irá seguramente fazer outros no “onze” inicial que irá medir forças com uma Croácia ainda a esbracejar para conseguir um lugar no sorteio de sexta-feira.
Potenciais sub-histórias dentro da história principal que é o jogo: a possível estreia de Geovany Quenda na seleção A, que fará dele o mais jovem jogador português a representar Portugal (superando Paulo Futre); a titularidade concedida a Samu Costa, um médio canhoto que teve direito a um par de minutos diante da Polónia e que poderá beneficiar das ausências de Bruno Fernandes e de Bernardo Silva; a eventualidade de Fábio Silva servir de referência ofensiva, senão numa primeira apósta, mais tarde, a partir do banco.
São vários os cenários em aberto, potenciados pela decisão de Roberto Martínez de dispensar Cristiano Ronaldo, Pedro Neto e Bernardo Silva, depois de assegurado o objectivo mínimo, com a goleada sobre a Polónia (5-1). Nesse sentido, este último capítulo da fase de grupos é uma oportunidade para ver em competição jogadores que já tiveram protagonismo nos treinos.
“Acredito muito nos jogadores. O Fábio Silva, que chamamos dos sub-21, teve dois treinos no começo do estágio e está preparado. A Quenda também já teve a experiência de outro estágio. Não vai ser uma equipe nova, vai ser uma equipe com menos experiência mas muito talento”, promete o selecionador, sem confirmar a titularidade de nenhum dos “candidatos”.
Ainda assim, aceito debruçar-se sobre aquilo que o ala/lateral do Sporting poderá oferecer a uma equipa que conta com várias soluções para os corredores exteriores. “Encaixa à direita. Já trabalhamos no estágio de Setembro e é essa a posição onde vai trabalhar. É uma posição que conhece bem. É polivalente. É um jogador com magia, tem um futuro espetacular”.
“Mostrar foco” sem bola
O fundamental, para Roberto Martínez, é ter um leque tão alargado quanto possível de jogadores que dominam os conceitos que sustentam a forma de jogar de Portugal, criando, simultaneamente, competição férrea dentro do grupo por diferentes posições.
Em termos de qualidade individual, não há dúvidas na cabeça do selecionador sobre a resposta que qualquer um dos atletas pode dar. Coletivamente, é preciso confirmar como se comportam, especialmente sem bola: “Não há dúvidas do que podemos fazer com bola. Nossos jogadores têm um talento que pode fazer exatamente o que os mais experientes podem fazer. Mas sem bola, é preciso mostrar foco, estrutura e defender bem”.
Até porque, em condições normais, a Croácia será sempre um adversário capaz de reter mais a bola, de criar mais problemas em posse de Portugal do que de Polónia e da Escócia. Mesmo sem poder contar com o médio Petar Sucic, que viu um cartão vermelho na recente derrota diante da Escócia (1-0).
“Esperamos uma equipe que quer ter a bola, com muita personalidade. Uma equipe que não importa riscos correr, de defender não um para um. Vamos ver duas equipes que querem a mesma coisa, que vão lutar pela bola e pela posição em campo”, prevê Martínez.
No fundo, a Croácia também quer apurar-se para os quartos-de-final, missão que se complicou em Glasgow. Um ponto bastará aos croatas para garantirem o segundo lugar do grupo e chegarem ao sorteio como não cabeças-de-série, mas até uma derrota pode servir, se a Escócia não vencer a Polónia. Passe quem passar, já sabe que não defrontará Portugal na próxima fase, condicionalismo habitual nestas lides.