O pedido de um aumento extraordinário das pensões desencadeou reações entre os especialistas, que recomendam cautela e sublinham a necessidade de rever as fórmulas e decisões políticas antes de avançar com novas propostas de aumento.
O Governo admite aumentos estruturais das pensões até ao final da legislatura. Para o ano, compromete-se apenas com um eventual aumento extraordinário, mas só se houver margem orçamental.
O argumento da folga orçamental tem sido usado pelos partidos para pressionar o Governo.
Para 2025, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não vai além da atualização prevista na lei. Admite, isso sim, dar um bónus, como fez este mês.
“Este orçamento é prudente e não fazemos anúncios antecipados para não criar desequilíbrios até face a alguma situação de incerteza económica. Mas, naturalmente, o pendor social deste Governo é evidente e, portanto, se for possível aumentar em termos estruturais, estaremos abertos a essa possibilidade”, afirma a ministra Maria do Rosário Ramalho.
Quanto ao próximo ano, para saber ao certo quanto vão subir as pensões, falta a taxa de inflação de novembro. As contas preliminares apontam para uma atualização entre 2 e 3%, na melhor das hipóteses.
No verão, o Governo decide se atribui um bónus, como fez este mês.
Especialistas alertam: folga no Orçamento do Estado não é suficiente para aumento extraordinário das pensões
Segundo o Orçamento do Estado para 2025, a despesa com pensões deverá representar cerca de 65% das prestações pagas pela Segurança Social, mas para os especialistas este montante não permite pensar num aumento extraordinário sem ponderar outras variáveis.
O pedido de um aumento extraordinário das pensões partiu do social-democrata e comentador da SIC, Marques Mendes, dirigido ao governo liderado por Luís Montenegro, também do PSD. No entanto, o apelo desencadeou reações entre os especialistas, que recomendam cautela e sublinham a necessidade de rever as fórmulas e decisões políticas antes de avançar com novas propostas de aumento.