“Naturalmente, confiamos na palavra dada ao país por parte do maior partido da oposição e sabemos que na sua palavra está a concretização deste orçamento, não é de mais nenhum”, disse o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro diz que o Governo foi ao limite do razoável na proposta que fez ao PS para este Orçamento do Estado. No arranque do debate na generalidade, no Parlamento, Luís Montenegro pressionou Pedro Nuno Santos para que mantenha a promessa de se abster na votação e, assim, viabilizar o orçamento.
O Governo chegou ao debate já depois de muito acenar com o risco de défice para acalmar as pretensões dos partidos na hora de negociar na especialidade.
E ao caminho da prudência, Luís Montenegro junta a carga ideológica:
“A proposta que apresentámos ao maior partido da oposição é um compromisso até ao limite do razoável. Daquele limite a partir do qual se desvirtuaria o programa do Governo. Ir para além disto constituiria uma ofensa à vontade política expressa pelos portugueses nas últimas eleições.”
O recado é para o PS e para precaver qualquer volte-face.
“E nós fomos ao limite do esforço. Nós fomos a tudo aquilo que é essencial para que o maior partido da oposição pudesse viabilizar o orçamento. Naturalmente, confiamos na palavra dada ao país por parte do maior partido da oposição e sabemos que na sua palavra está a concretização deste orçamento, não é de mais nenhum.”
E se há dúvidas que cabe PS no Orçamento do PSD, basta ouvir Pedro Nuno Santos: estas “são na sua generalidade as reformas estruturais que já estavam previstas pelo governo do PS”.
A garantia do PS é para viabilizar através da abstenção. Suficiente para a outra oposição preparar uma narrativa.
“O PS deixou de ser o partido da oposição, é o partido que sustenta o Governo”, disse o líder do Chega, André Ventura.
A favor deste orçamento só PSD e CDS.