Milhares de voluntários limpam ruas destruídas pelas cheias em Valência, que já causaram mais de 200 mortos. As autoridades apelam à organização dos voluntários para evitar bloqueios nas vias de emergência.
Milhares de moradores e voluntários enchem as ruas das cidades mais afetadas pelas cheias em Valência. Limpam destroços e ajudam quem perdeu tudo. As autoridades pedem agora mais organização para evitar o congestionamento das vias e facilitar o trabalho das equipas de emergência, que precisam de espaço para remover escombros e procurar desaparecidos. O número de mortos já ultrapassou as duas centenas, e muitos receiam que sejam encontrados mais corpos entre veículos submersos e garagens inundadas.
Carlos Mazón, presidente da Comunidade Valenciana, pediu aos voluntários para deixarem os carros em casa e, a partir de sábado, dirigirem-se à Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, onde será criado um centro de coordenação. Esta centralização deverá evitar o bloqueio das vias, ainda essencial para o resgate e distribuição de mantimentos.
A solidariedade dos voluntários é notável: muitos trazem alimentos, água e ferramentas de limpeza, e chegam de várias cidades próximas. Mesmo assim, Mazón apelou à cautela, dado o risco de obstrução das rotas de acesso de emergência e a necessidade de manter as vias livres para a passagem de máquinas pesadas e veículos de socorro.
Nos subúrbios, como Chiva e Alfafar, as populações lidam com perdas irreparáveis. Para alguns moradores, o trauma é tanto que já pensam em deixar a região, incapazes de suportar a insegurança de novas catástrofes. No entanto, a ajuda comunitária e a solidariedade têm sido fundamentais para apoiar os mais atingidos, embora todos reconheçam que a recuperação será longa.
As forças de segurança e os 2.000 militares enviados pelo Governo espanhol prosseguem as operações de resgate e distribuição de bens essenciais. A ministra da Defesa, Margarita Robles, anunciou a chegada de mais militares nos próximos dias. Até o momento, milhares de veículos danificados continuam empilhados nas ruas, dificultando a limpeza e o acesso aos locais onde ainda se encontram desaparecidos.
A ministra reforçou que o objetivo é desobstruir vias e facilitar o transporte de equipamentos e mantimentos. As equipas de resgate trabalham incessantemente, na esperança de encontrar sobreviventes.