Se a construção de casas não ganhar impulso no país, tudo indica que os preços das casas continuarão a subir, até porque existe agora um factor extra que estimula a procura: a queda das taxas de juro das hipotecas.
Nas suas mais recentes perspectivas económicas, publicadas no início de Dezembro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) detalha o aumento dos custos da habitação nas principais economias avançadas do mundo. Portugal registou o quinto maior aumento nos preços das casas, com um aumento anual de 6,5% em outubro. Pior que Portugal estão o Reino Unido (7,1%), Canadá (7,1%), Austrália (6,7%) e Letónia (6,6%).
“A oferta habitacional não acompanhou o crescimento populacional nos últimos anos, causado pela imigração. A forte procura de habitação e a recuperação da mobilidade laboral após a pandemia ajudaram a manter os preços elevados (…) e geraram fortes aumentos nas rendas habitacionais em várias economias avançadas, incluindo o Reino Unido, Canadá, Austrália, Letónia e Portugal”, explica a OCDE no documento. Isto aconteceu apesar da política monetária ser restritiva em vários países – refira-se que o Banco Central Europeu (BCE) só começou a baixar as taxas de juro em junho, tendo realizado cortes de 100 pontos até dezembro.