A entrega de correspondência é feita a conta-gotas no concelho de Mêda, na Guarda, e nas últimas três semanas ninguém viu os três carteiros da terra. Só recentemente o serviço foi retomado, mas sem garantia de que acabaram as falhas.
Quando o carteiro não aparece, o tema é motivo de conversa. Em casa, no café ou mesmo no cabeleireiro onde todos fazem o jornal da terra. Ainda mais agora que a falha na entrega de correio passou a falha crónica.
“Mesmo quando os carteiros estavam no ativo, a nossa correspondência não vinha todos os dias, juntavam ali 8 a 15 dias”, conta Rosa Murça, cabeleireira da Mêda
A privatização dos CTT trouxe alterações. O centro de distribuição passou para Sernancelhe, no distrito de Viseu e os carteiros são frequentemente deslocalizados para outros concelhos. Não aparecem as convocatórias para consultas e juntas médicas e as faturas de água, luz e telefone passaram o prazo de pagamento.
Durante o verão, dois dos três carteiros estiveram de baixa e o terceiro de férias. Foram substituídos por colegas de Viseu e da Guarda, mas só entregavam encomendas. As cartas propriamente ditas começaram esta semana a chegar às caixas do correio.
A direção dos CTT Norte e Centro reuniu-se com o presidente da Câmara.
“Os próprios correios têm de pôr aqui pessoal competente, e nos outros concelhos também. Nós temos três carteiros, não podem estar à espera que o concelho seja fragilizado e os nossos carteiros vão para outros concelhos”, diz João Mourato, presidente da Câmara Municipal da Mêda.
A SIC contactou a administração dos Correios para prestar esclarecimentos, mas não houve resposta em tempo útil.