Zona tem sido palco de tumultos e violência. Presidente da República visitou ainda a esquadra da PSP do bairro do Zambujal
O Presidente da República visitou esta sexta-feira o bairro do Zambujal e conversou com familiares de Odair Moniz, o homem que morreu após ter sido baleado durante uma operação policial no dia 21 de outubro. Ao que a CNN Portugal apurou, Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal da Amadora Vítor Ferreira.
No Bairro do Zambujal, Marcelo visitou ainda a esquadra da PSP. Na semana passada registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.
Marcelo jantou também esta sexta-feira na Amadora, onde visitou o Quartel dos Bombeiros.
A visita acontece num momento em que o Procurador-Geral da República pediu que o inquérito instaurado às circunstâncias da morte de Odair Moniz seja concluído o mais rápido possível.“Disse aos procuradores que deviam dar uma celeridade grande a este processo. Falei com o diretor da PJ no sentido de as perícias serem rápidas e ele disse que sim e que ia fazer isso. E também com o Instituto Nacional de Medicina Legal, para que seja proferido o despacho final o mais rápido possível”, afirmou Amadeu Guerra esta quinta-feira em Aveiro, acrescentando que o MP “ouvirá pessoas, nomeadamente indicadas por quem fez o auto de notícia”, além da eventual utilização de imagens de videovigilância daquela zona.
Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no hospital.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.