O Presidente francês Emmanuel Macron anunciou esta terça-feira que vai organizar em Junho de 2025, em conjunto com a Arábia Saudita, uma conferência internacional sobre a criação de um Estado Palestiniano.
“Decidimos co-presidir para o próximo mês de Junho (…) uma conferência para os dois Estados (um israelense, o outro palestino) com a ideia de que nos próximos meses juntos multiplicaremos e uniremos as nossas iniciativas diplomáticas para levar todos neste caminho”, destacou, aos jornalistas franceses, no segundo dia de sua visita de Estado à Arábia Saudita.
Macron esclareceu que o seu país, tal como Portugal, não autoriza a Palestina como Estado neste momento.
“Há vontade de o fazer (…), mas não há momento que seja útil, quando provocar movimentos recíprocos de reconhecimento”, frisou Macron. “Queremos envolver vários outros parceiros e aliados, europeus e não europeus, que estão prontos para ir neste sentido mas que estão à espera de França”, acrescentou.
O chefe de Estado Francês não detalhou onde será realizada esta conferência, mas espera que sirva para “multiplicar as iniciativas diplomáticas nos próximos meses para levar todos no mesmo caminho”.
Macron salientou ainda que o objectivo é produzir um movimento de reconhecimento em relação a Israel, “que permita respostas em termos de segurança” ao Estado Judeu. “Devemos convencer que a solução de dois Estados também é relevante para Israel”, acrescentou o Presidente francês.
A Arábia, que abriga os locais mais sagrados do Islão, está em conversas com Washington para normalizar as relações com Israel e conceder garantias de segurança aos EUA.
Mas em meados de Setembro, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tirou o reconhecimento de Israel antes da “criação de um Estado palestino”, juntamente com o de Israel.
Tanto Paris como Riade pressionaram pela “solução de dois Estados”, rejeitada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A situação no Médio Oriente degradou-se desde o início da guerra em Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas a Israel que feriu cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma intervenção em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 44 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.