O número dois português, Jaime Faria, será um dos protagonistas da primeira jornada do Open da Austrália, cuja 113.ª edição arranca na madrugada deste domingo (hora de Portugal). Embora figurasse no 17.º lugar na lista de favoritos da fase de qualificação, Faria foi um dos 16 apurados para integrar o quadro principal, onde terá como primeiro adversário o russo Pavel Kotov (99.º).
“Vai ser um encontro muito difícil, ele é mais experiente que eu nestas andanças, sirva bem, tem boa mão, vai criar-me dificuldades e espero que o meu jogo também lhe chore dificuldades a ele”, afirmou o tenista luso, após as três vitórias obtidas no qualificação. “É o primeiro torneio que jogo durante mais do que uma semana, são todas experiências novas. Não vinha com muitas expectativas porque não me senti a jogar muito bem, mas subi o meu nível ao longo das rondas e fui ganhando confiança”, acrescentou Faria, que ocupa o 124.º posto do ranking mundial.
Em caso de vitória, o tenista português poderá defrontar Novak Djokovic (7.º), apontado como um dos quatro principais favoritos ao triunfo nesta prova primeira do Grand Slam do ano, a par de Jannik Sinner (1.º), Alexander Zverev ( 2.º) e Carlos Alcaraz (3.º). Djokovic sobressai devido ao seu palmarés: 24 títulos em majoresdetentores de 10 títulos com um percentual de vitórias de 91,3% — por outras palavras, perdeu apenas nove dos 103 encontros que aconteceram em Melbourne Park.
Destes candidatos, apenas Zverev entrará em acção no primeiro dia de competição, a fechar a sessão nocturna (manhã de domingo em Portugal), defrontando o francês Lucas Pouille, 10.º mundial em 2018, mas actualmente fora do top 100.
“Sinner e Alcaraz são fortes concorrentes, mas não descartam Djokovic. Zverev também tem potencial, dada a sua experiência. O Open da Austrália é sempre imprevisível, pois é o primeiro grande evento da temporada, e os jogadores chegam com diferentes níveis de preparação”, frisou Mats Wilander, um dos comentaristas do canal Eurosport, que irá transmitir a prova.
Nuno Borges (36.º) é o outro tenista português presente no quadro de singulares — compete também em pares, ao lado de Francisco Cabral. O maiato enfrentou na segunda-feira o francês Alexandre Muller (56.º), após falhar a presença na final do ASB Classic, em Auckland.
Nas meias-finais do ATP 250 neo-zelandês, o número um português perdeu com o belga Zizou Bergs (66.º), por 6-2, 3-6 e 7-5. Borges soube recuperar do 0-2 no segundo definir e de 2-4 na partida decisiva e serviu para fechar o encontro, a 5-4, mas acabaria por ceder os três jogos seguintes.
Na competição feminina, a bielorrussa Aryna Sabalenka coletou uma dose maior de favoritismo. A líder do ranking mundial procura um terceiro título consecutivo em Melbourne, onde apresenta uma taxa de sucesso superior a 80%. O maior rival de Sabalenka em 2024 foi Iga Swiatek, só que a polaca nunca foi além das meias-finais no Open Australiano. Razão para que Coco Gauff, atual terceira na posição mundial, se apresente como principal opositora de Sabalenka na parte superior do quadro, antevendo-se uma final antecipada caso se defrontem nas meias-finais.
“Sabalenka e Swiatek são as favoritas no papel, não por acaso, mas pelo que já provaram no passado. Sabalenka sente-se em casa, sinta a energia em Melbourne. A forma como melhorou nos últimos dois, três anos mostra a sua ambição. Mas ambas demonstraram que sabem lidar com a pressão e as expectativas. Coco Gauff já não é uma surpresa, mas a sua forma no final da época foi impressionante”, referiu Justine Hénin, antigo número um mundial e actual comentadora do Eurosport.