O Presidente da República não se pronuncia sobre possíveis consequências do caso Álvaro Sobrinho na relação entre Portugal e Angola. O primeiro-ministro aguarda pelo fim do inquérito interno que avançou após a reportagem da SIC.
40 anos depois, Álvaro Sobrinho deixa de poder usar o passaporte. 40 anos depois, o Estado descobre que o banqueiro angolano não tinha nacionalidade desde 1984. A investigação interna foi ordenada pelo Governo, um dia depois da Investigação SIC ter revelado o uso indevido do passaporte e do cartão de cidadão.
Em 24 horas parece que já foram identificadas falhas. Além do inquérito ordenado pela Ministra da Justiça corre também outro processo interno aberto pela própria presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN). O Ministério Público (MP) diz à SIC que está a avaliar a situação para decidir o que fazer.
A Investigação SIC revelou na quarta-feira que, durante 40 anos, Álvaro Sobrinho usou passaporte português sem ter a nacionalidade. Deixou de ser português em 1984. Só em 2024 é que foi dada ordem para apreender o documento.
Álvaro Sobrinho regressou, entretanto, a Luanda já como cidadão apenas angolano. O que deixa Portugal de mãos atadas perante Angola num eventual pedido de extradição. Há seis anos, o Presidente da República foi uma das figuras do Estado que se referiram à relação entre os dois países com a mesma palavra.
O “irritante” entre Portugal e Angola serviu para qualificar as consequências diplomáticas do processo judicial contra o então vice-presidente de Angola. O caso foi enviado para Angola. Até hoje nunca mexeu. O irritante desapareceu. Estará agora de regresso?