Greve do INEM coincidiu com vários atrasos nos atendimentos de chamadas nas linhas de emergência. Paralisação foi desconvocada e já morreram sete pessoas
A Inspeção-Geral de Atividades em Saúde abriu um processo de inquérito às várias mortes por atrasos no atendimento de chamadas por parte do INEM.
Ao todo, são já sete os casos cujas mortes coincidem com a greve dos técnicos de emergência hospitalar, o último dos quais o de um idoso de 95 anos que esteve 35 minutos à espera que a linha 112 atendesse a chamada, em Ansião.
Falta ainda confirmar se todas estas mortes estão mesmo relacionadas com a demora da resposta do INEM, mas uma delas é também alvo de uma investigação do Ministério Público, depois de a Justiça ter confirmado à CNN Portugal que decorre um inquérito e que foi ordenada a autópsia médico-legal.
Em causa está a morte de uma mulher que se sentiu mal na passada segunda-feira, enquanto estava a ser ouvida em tribunal.
Os serviços que estavam na sala ligaram para o número de emergência, mas ninguém atendeu, até que teve de ser solicitada ajuda da PSP, que acabou por transportar a mulher para o Hospital Garcia de Orta, onde acabou por morrer.
Esta morte, como a de Ansião, coincide com a tal greve dos técnicos de emergência hospitalar, entretanto desconvocada após reunião do sindicato com o Governo.
Na segunda-feira – dia em que morreram a mulher de Almada e o homem de Ansião -, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
Pelo menos sete pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.
O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.
A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que “o colapso” do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma “pressão extraordinária” nas corporações de bombeiros.