Correspondente SIC
O Governo francês apresentou um orçamento com vista à redução do défice. Na proposta está o congelamento temporário de pensões e a redução do numero de professores.
Quem se sentou a ler o jornal esta sexta-feira não teve boas notícias. O buraco nas contas públicas vai exigir mais do que o aumento dos impostos para os mais ricos e grandes empresas que já se conhecia.
“Um esforço de ajustamento das contas públicas de 60 mil milhões de euros para o próximo ano. Trata-se de um esforço inédito, dada a sua escala para reduzir o défice público para os 5%”, explica Laurent Saint-Martin, ministro do Orçamento
“É claro que nos obriga a alterar as nossas práticas e as nossas formas de gastar o dinheiro público”, diz Antoine Armand, ministro da Economia.
Reformados que já pensam em poupar antes de comer, não sabem como gerir melhor a pequena pensão que recebem: “É cerca de mil euros. Neste bairro, sou pobre, porque a renda aqui, para uma casa com cerca de 30 metros quadrados, ronda os 800 euros. Portanto, como carne uma vez por semana”, conta um cidadão local à SIC
E agora, apesar da inflação, as pensões ficarão congeladas sem qualquer aumento nos primeiros meses do próximo ano: “É um buraco no orçamento. A reforma praticamente não chega para viver condignamente”, explica outro local.
Mas os franceses esperam que os sacrifícios sejam contidos: “Tememos que chegue a crise. Aconteceu à Grécia, a Portugal, pode acontecer a nós. Tenho plena consciência de que pode acontecer-nos”, diz uma moradora local.
Mas haverá um corte de 4 mil professores e também nas despesas com saúde. A esquerda já veio falar em calamidade e a extrema-direita que pode derrubar o Executivo, fala num orçamento inaceitável. Resta saber se o Governo de direita de Michel Barnier resiste.