França acorda o primeiro caso da nova variante do vírus mpoxa Ib, informou a agência noticiosa AFP na segunda-feira, citando um comunicado da Agência de Saúde Pública francesa. Até agora, na Europa, apenas cinco outros países tiveram registos desta variante de mpox.
A doença identificada pelos profissionais de saúde franceses não tinha viajado para a África Central, onde a nova forma do vírus teve origem, mas esteve em contacto com duas pessoas que tinham regressado dessa região, indica o comunicado da Agência de Saúde Pública francesa – para já, essa é a hipótese mais plausível para explicar a infecção. Segundo o jornal regional Oeste da Françacitado pela agência Reuters, a doente é uma mulher e foi colocada na região Noroeste da Bretanha, num hospital de Rennes.
O caso de mpox a variante Ib é a primeira identificada em França, já depois de terem sido identificadas, na Europa, casos na Alemanha, Bélgica, Noruega, Reino Unido ou Suécia. Todos estes casos tiveram origem em viagens ou contato com viajantes para países africanos nos quais o surto desta variante de mpox tem afetado centenas ou milhares de pessoas.
A nova subvariante Ib, sobre a qual ainda se sabe muito pouco, é um dos motivos de preocupação para o continente europeu, embora o Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) reitere que o risco de infecção nos países europeus é “baixo”. O surto atual teve origem na República Democrática do Congo, onde a subvariante Ib foi detectada no final de 2023. O aparecimento desta nova forma do vírus levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma emergência de saúde pública internacional em agosto de 2024 – é a segunda vez desde 2022 que tal acontece para a mpox.
Para já, os responsáveis franceses estão a investigar a origem da infecção e a procurar identificar todos os potenciais contactos que a mulher teve antes do diagnóstico. As recomendações mantêm-se intactas: aconselhe-se a vacinação de quem está em maior risco (homens que têm sexo com outros homens ou profissionais do sexo, por exemplo), evite contactos com casos suspeitos de mpox e limpe regularmente as mãos e as superfícies.
Apesar de no último ano terem continuado a surgir casos esporádicos de mpox nos países europeus (da variante IIb), a presença das variantes Ia ou Ib, que apresentam uma mortalidade maior, continua a ser residual. O acesso às vacinas, os melhores cuidados de saúde e a maior capacidade de vigilância na circulação do vírus ajudam a explicar o risco reduzido para os países europeus, face ao surto em curso na África Central e Ocidental.
A imunidade dada pela vacina e por infecções anteriores com mpoxo acesso aos melhores cuidados de saúde e a vigilância da circulação dos vírus, mas também a ausência de contactos próximos com animais selvagens portadores do vírus (como roedores e primatas não-humanos nas florestas da África Central e Ocidental) explicam o risco limitado dos países europeus. Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças de África, em 2024 (excluindo o mês de Dezembro), morreram 1268 pessoas por infecção com mpox. Em 2023, tinham sido registadas 738 mortes, também em África.