A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera que os médicos devem olhar novamente para a recusa às horas extraordinárias como uma forma de luta. No ano passado essa decisão quase paralisou o Serviço Nacional de Saúde (SNS). É uma visão criticada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que considera a medida excessiva e entende que o tempo é de negociação com o Governo.
Há um ano, os dois sindicatos médicos estavam sentados lado a lado nas negociações com o então Ministro da Saúde Manuel Pizarro. Mas com o novo Governo a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) abandonou as negociações.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) ameaça fortalecer o protesto juntando-se aos enfermeiros e outros profissionais. Em comunicado volta a admitir o recurso a uma forma de luta que, no inverno passado, quase paralisou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o encerramento de várias urgências de várias especialidades. A recusa às horas extraordinárias para lá das 250 horas obrigatórias.
“Além da luta conjunta com todo o setor da saúde (…) mantemos disponíveis (…) a declaração de indisponibilidade para trabalho suplementar além dos limites anuais legais”, refere a FNAM num apelo à luta dos médicos.
O Sindicato Independente dos Médicos discorda do apelo à recusa das horas extraordinárias e, pelo contrário, aconselha a que seja usada com peso e medida.
Ao contrario da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) decidiu manter-se nas negociações com o Governo e tem a promessa que até ao final do ano serão negociadas as grelhas salariais e o descongelamento das carreiras.
Em julho, o ministério da Saúde aprovou também uma medida excecional para este ano. Um suplemento compensatório que até dezembro permite aos médicos receber mais 40 a 70% do salário base por cada pacote de 40 horas, assim que passem as horas extra que, por lei, estão obrigados a fazer.