Depois de quase seis dias com problemas, o abastecimento de água no Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó, que alberga quase 500 reclusos, foi finalmente reposto este sábado por volta das 16h30. Em comunicado, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) informou que a falta de água teve origem numa “conduta improvisada há alguns anos que não respeitava as normas técnicas”, e que provocou uma sucessão de rupturas nos últimos dias.
Porém, a DGRSP fez questão de sublinhar que durante toda a semana, a DGRSP e o Estabelecimento Prisional do Linhó garantiram soluções alternativas e provisórias para reduzir o impacto no quotidiano de guardas e reclusos.
“Uma sucessão de rupturas levou à necessidade de proceder à utilização faseada e seccionada da água à população do Estabelecimento Prisional durante vários dias, sobretudo em duas áreas do EP. Contudo, sempre foram encontradas alternativas para garantir o fornecimento de água para consumo próprio, para a higiene pessoal e para a limpeza dos espaços comuns”, lê-se no comunicado, que acrescenta que “apesar destes constrangimentos, a normalidade no quotidiano no EP foi obrigado, só à disponibilização aos reclusos de água engarrafada e à permissão de acesso às torneiras dos pátios para uso sanitário, mas também atendeu ao fornecimento permanente de informação, por parte da direção e da chefia dos guardas do EP, sobre a situação e sobre as diligências em curso para a resolução”.
No mesmo documento, a DGRSP explica a cronologia dos acontecimentos. Segundo a DGRSP, no 16 de Dezembro,”foi detectada uma redução da pressão da água no EP, o que indiciou a existência de uma ruptura, tendo sido iniciados os trabalhos para a localização”. Já no dia 17 de Dezembro, e uma vez identificada, “foi reparada a ruptura na canalização e reposto o adequado pelas 16h00”. No entanto, “por volta das 19h00, o fluxo de água voltou a diminuir, impedindo o abastecimento, em simultâneo, em todos os espaços. prisionais”.
Esta situação levou a que se iniciassem novos trabalhos para identificar a segunda ruptura, que “apenas se conseguiu reparar no dia 18 de Dezembro pelas 23 horas, tendo sido fornecido água a diferentes espaços do PE e encheu-se o depósito”. Porém, no dia 19 de Dezembro “surgiram problemas de pressão da água na Ala B e no Pavilhão de Segurança, enquanto na Ala A tem o abastecimento regularizado”. Constatou-se que o depósito tinha perdido toda a água armazenada.
Segundo a DGRSP, reiniciaram-se os trabalhos de detecção de novas e rupturas distintas que estavam a ser reparadas, sem que o problema ficasse solucionado. Na sexta-feira deu-se continuidade aos trabalhos de avaliação e de peças. Foram estudados e planejados soluções alternativas e provisórias.
Foi já na madrugada, de 20 para 21, que “foi bloqueada nova fuga de água, afectando o abastecimento na ALA B e no Pavilhão de Segurança. Na Ala A o abastecimento de água manteve-se regularizado”.
“Os Bombeiros de Alcabideche, através de quatro autotanques colocados no exterior, bombearam água durante a manhã directamente para as caldeiras da Ala B e do Pavilhão de Segurança, o que permitiu que os reclusos, faseadamente, fizessem banho e se reabastecessem de água” , descrevendo o comunicado.
Enquanto isso, foi finalmente possível detectar a fuga principal. Foi nesse momento que se descobriu que o verdadeiro problema era “numa conduta improvisada, há muitos anos, numa canalização principal, com ferro em particular com PVC.” Reparado o problema, o abastecimento de água a todo o EP foi reposto pelas 16h30.