Um estudo concluiu que 2,8% dos idosos de Braga não têm acesso a água quente, 5,9% não possuem telefone fixo ou telemóvel, 71,3% não têm acesso a um elevador, 14% não dispõem de qualquer sistema de aquecimento e 25,8 % diz ter umidade na habitação. O inquérito, feito a uma amostra de 357 pessoas, adianta ainda que 30% dos inquiridos vivem em risco de isolamento social ou que a grande maioria apresenta casos de sintomas de uma depressão, ainda que num nível inicial.
Num município onde 18,9% dos habitantes têm mais de 65 anos, o município apresentou, nesta quarta-feira, o Plano para a Longevidade 2024-2027, que inclui um diagnóstico realizado em parceria com a Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). Daqui, resultaram alguns dados alarmantes no que diz respeito à população sénior do concelho, concretamente a falta de condições de conforto e segurança. Da amostra inquirida, a maioria é do género feminino (57,1%), casada ou em união de facto (46,8%) e reside numa área urbana (57,1%). Além disso, 7,94% dos idosos vivem sozinhos no concelho em que, entre 2011 e 2021, o concelho sofreu um aumento significativo do índice de envelhecimento (em 2011 era de 80,5% e em 2021 passou para 131,5%) .
O estudo aponta também outros problemas, como no caso das barreiras arquitetónicas no interior da habitação, onde as mais frequentes foram as escadas ou degraus, que existem 77,7% das habitações. Já não há respeito pelas dificuldades de deslocamento no exterior, 74,6% diz sentir dificuldades de mobilidade ou equilíbrio. Além disso, 33,1% das pessoas questionadas apresentam um declínio cognitivo.
Neste sentido, e face a outros planos já criados (como o Plano Municipal de Saúde 2021-2026 ou o Plano Municipal para a Integração de Migrantes 2022), a autarquia decidiu criar o Plano para a Longevidade 2024-2027, onde foram definidos três objectivos a serem cumpridos nesse espaço temporal: promover o envelhecimento ativo e saudável; transformar Braga num município amigo da idade e fomentar a inovação e otimização de recursos e serviços na área do envelhecimento. Foram ainda identificados quatro eixos estratégicos de intervenção: Bem-estar e qualidade de vida; participação; segurança e inovação e capacitação. Cada um deles reúne um conjunto de objectivos específicos, assim como áreas de intervenção.
O município de Braga adianta que já conta com programas dedicados à população sénior e uma rede que dedica o seu tempo aos seniores, como é o caso dos cuidadores informais, para quem várias autarquias querem agora criar uma estrutura de apoio, onde seja dado aconselhamento e orientação. Existe também ainda o projecto Red Way, que é uma rede de apoio dirigida a pessoas com idade igual ou superior a 55 anos, prestando, de forma gratuita, serviços de enfermagem, neuropsicologia e psicomotricidade.
O Plano para a Longevidade de Braga 2024-2027 reúne informações que identificam as áreas a intervir nos próximos anos, assim como as respectivas medidas, atividades e ações.
Texto editado por Ana Fernandes