Recentemente foi lançada em Portugal, por uma equipa de investigador, uma aplicação móvel — Be a Mom —, que convida a uma navegação facilmente por temas complexos sobre as fases da gravidez, especialmente na fase de depressão pós-parto, também conhecida como tristeza infantil. O investigador refere que se trata de um programa de intervenção psicológica on-line para promover a saúde mental no período pós-parto.
Assim, em breve, as futuras mães terão ao seu dispor uma ferramenta para apoiar nas dúvidas sobre gravidez. É comum recorrer à internet e aplicações móveis durante esta fase da vida. Um estudo de 2013, de Brian Dolan, mostra que as aplicações para grávidas estão entre as aplicativos de saúde mais usado.
Noutro estudo, de G. Frid e outros, de 2021, o pesquisador analisou aplicações específicas para a fase de gravidez e, entre 57 opções, selecionando um conjunto de 29 consideradas fiáveis. No entanto, mesmo entre estes, mais de 60% não tinham informações abrangentes para cada estágio da gravidez nem incluíam os quatro componentes essenciais das aplicações para gravidez: promoção da saúde/educação do paciente, comunicação, monitorização da saúde, e notificações e lembretes. Apenas 24% das aplicações incluíram um campo de pesquisa por texto. As grávidas, e os parceiros que os acompanham, querem mais.
Todos devem beneficiar de conhecimento credível e sério, retirado da rede e filtrado por algoritmos fidedignos. Estima-se que cerca de 10% das mulheres grávidas e 13% das que estão no período pós-parto manifestam algum problema de saúde mental, incluindo a depressão. Se considerarmos a Europa e os países desenvolvidos, este número é ainda superior, aproximando-se dos 20% após o nascimento do bebé.
Por que razão ocorre a depressão pós-parto? O que você sente como grávida? E como podemos lidar com essas emoções antes mesmo que a depressão pós-parto se manifeste? Estas serão algumas das questões que o Be a Mom procurará responder.
As respostas permitem fornecer informações credíveis e quase personalizadas. No entanto, é essencial que haja sempre ciência e entidades fiáveis para garantir a veracidade dos conteúdos, trazendo mais-valias à ciência do comportamento. Não basta uma lógica comercial de venda; é necessário rigor.
Por isso, futuras mães, pais, cuidadores e específicos, não temam quando a máquina, trabalhada pelos cientistas, respondem: isto é de confiança. Tem ainda a vantagem potencial de combater a desinformação, que coloca tantas vidas em risco. Sensibilizar para estas formas seguras de obter informação fidedigna é o caminho para monitorar e prevenir momentos de tensão, de depressão e de crise no seio da família, quando chega um novo elemento com necessidades específicas.
A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico