Nasceu no lugar do edifício mais antigo que já aqui existia desde 1976, mas foi remodelado para servir as necessidades (e com as ideias) de quem aqui trabalha o de quem o usa todos os dias. A renovação do Jardim de Infância n.º1 de Benfica terminou em 2022 e foi assim que nasceu um edifício que se aqueceu nas toneladas quentes do telhado do original.
O projeto, da autoria dos arquitetos Nuno Simões e Sérgio Rebelo, agitou as observações e aspirações dos usuários – e, especialmente, das educadoras – solucionando os “problemas reportados” e tentando dar “uma contribuição positiva para a frutificação diária desse espaço”, enquanto se respeitava o legado do edifício original.
Algumas melhorias afiguravam-se urgentes, como a circulação para as salas, que antes se faziam pelo exterior. “Acabamos por desenhar numa segunda fachada, de modo a interiorizar essa circulação, e passar a fazer uma espécie de corredor periférico para permitir o acesso às salas a coberta”, ilustrou.
No interior, o projeto incluiu a ampliação e modernização de quatro salas de aula, que agora podem acomodar até 100 crianças, além de novas salas de apoio administrativo e operacional, uma sala de coordenação e um espaço multiúsos dedicado às atividades de animação e apoio à família. A cozinha também foi ampliada e equipada – e agora é possível cozinhar lá, garantindo refeições de melhor qualidade (e controle nutricional) para as crianças.
No exterior, um parque infantil totalmente remodelado e ampliado, com bebedouros, bancos, papeleiras, compostos e floreiras, além de casas de alimentação para pássaros. Foi ainda criada uma zona de hortas que permite aos alunos uma aprendizagem prática e maior contacto com a natureza.
Houve um elemento determinante para a definição do projeto: a cor. “Quisemos, ao usar a cor do telhado em tudo, unificá-lo com a arquitectura da escola”, contam Nuno Simões e Sérgio Rebelo. O objectivo era criar algo mais que “uma instituição banal”, ao transformar o antigo jardim-escola num local “mais aprazível para todos”.
A requalificação foi promovida pela Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Programa Escola Nova, iniciativa que conta com um investimento total de cerca de 6,6 milhões de euros. Sobre a particularidade de ser uma obra pública, Nuno Simões e Sérgio Rebelo acreditam que lhes trouxeram uma responsabilidade maior – aproveitar tudo o que era possível “e não gastar dinheiro” e elementos completamente novos quando não são mesmo necessários. Exemplo disso é o grauamento, legado da escola antiga.
Texto editado por Inês Chaíça