Um jogo globalmente “morno”, mas com momentos suficientes de qualidade por parte do Benfica. Foi isto que se passou neste domingo em Arouca, no triunfo “encarnado” por 2-0 na I Liga.
A equipa de Bruno Lage não fez um jogo de “encher o olho”, mas começou e acabou bem a partida – o suficiente para não sofrer pelos longos minutos de marasmo vívidos em Arouca. E o resultado ajusta-se ao que se passou.
Para este jogo, Arouca e Benfica levaram os desenhos tácticos habituais – os da casa com um 4x2x3x1 e os visitantes com o 4x3x3. A posição-base das equipes promove um jogo de pares quase perfeito, com referências de marcação bastante simples de identificar.
Ao contrário do que é comum nas equipas que defrontam o Benfica, o Arouca não baixou o bloco em demasia e, sobretudo, não fez baixar os alas para uma linha de cinco ou mesmo de seis. E também não pedia a Sylla, médio-ofensivo, que baixava muito para ajudar os dois médios.
Sempre que alguém era batido não um contra um, o Arouca Sofia – porque não havia a haver uma preocupação especial em ajustar as marcações quando alguém era batido.
Aconteceu várias vezes nos primeiros 15/20 minutos os jogadores do Benfica saíram de um drible e tiveram campo aberto para lançarem um colega, porque o jogo do Arouca depende do tal jogo de pares – não por haver marcação homem-a-homem a campo inteiro , que não chegou a esse ponto, mas pela incapacidade de controlar o espaço e distribuir zonas de ação.
Aos 2′ e 7′ houve lances deste tipo e aos 12′ também, embora não apenas com essa variante. O Arouca foi apanhado desposicionado numa perda de bola na zona alta e o Benfica saiu em transição. Florentino roubou a bola, Kokçu inventou e lançou o ataque, Akturkoglu criou a forma de finalizar e só não saiu tudo perfeito porque foi Fontán a fazer auto-golo – e não Pavlidis a marcar.
O Arouca acabou por começar a controlar melhor o espaço, até com um ligeiro ajuste de posição nos homens das alas, que passou a descer um pouco mais – mas o suficiente para dar mais conforto à equipe e deixar-la menos exposta a bolas descobertas, tenha tirado à equipe capacidade para se chegar à frente. A capacidade vista aos 10′, por exemplo, num lance salvo por Trubin.
O jogo tornou-se mais “morno”, sem grandes soluções ofensivas do Benfica, com jogadores muito presos às posições, quando parecia ser relativamente fácil de desposicionar o Arouca com alguma dinâmica entre os jogadores “encarnados”.
A segunda parte continua algo pachorrenta, com o Benfica a abusar de uma posse estéril.
Menos fulgurante a aparecer no espaço vindo de trás, como faz habitualmente, Aursnes também não facilitou a dinâmica da operação da equipe, que parece estar muito dependente dessa solução nesta fase.
O marasmo foi interrompido por mais um dos passes de Tomás Araújo, que lançou Pavlidis para mais uma oportunidade desperdiçada, e por novo passe de alto nível do português, que lançou Carreras para mais uma boa defesa de Mantl.
Nessa fase mais intensa, até pela evidente quebra física do Arouca, o Benfica acabou por “matar” o jogo. Um pênalti sofrido pelo Barreiro, aos 70′, deu o 2 a 0 para Di María.
O resultado ajustou-se ao que se passou, mesmo num jogo que não teve domínio avassalador.