O ministro das Finanças garante que as contas do Estado terão um excedente de 0,2 por cento no final do ano. No parlamento, Miranda Sarmento acusou ainda o PS de “populismo” por aprovar medidas que ameaçam as contas públicas
O PS pediu ao ministro das Finanças para ir ao parlamento falar de contas públicas, naquilo que pareceu uma espécie de acerto de contas usando textos publicados por Joaquim Miranda Sarmento nos últimos anos.
António Mendonça Mendes, deputado do partido socialista lembrou o livro de Miranda Sarmento, “Crónicas de um país estagnado” e disse que na altura da sua publicação, o ministro “achava que o resultado não era possível”.
“O PS tem a expectativa que hoje o senhor ministro possa corrigir as suas declarações de 2 de maio de 2022 e, por isso, tem hoje uma excelente oportunidade para falar da real situação das contas públicas”, diz António Mendonça Mendes.
Recordando o facto da Comissão Europeia ter retirado Portugal da lista de países com desequilíbrios macroeconómicos, Miranda Sarmento explica a satisfação, mas aponta o dedo ao caminho usado pelo PS para chegar a este resultado.
“Foi muito importante ter saído do procedimento por desequilíbrios macroeconómicos. Foi um trabalho que o país fez nos últimos 15 anos, mas isso não nos deve afastar daquilo que são os problemas estruturais da economia portuguesa e aquilo que foi uma consolidação orçamental, sobretudo entre 2016 e 2019, meramente conjuntural, assente na redução da despesa com juros da dívida e nos dividendos do banco de Portugal fruto da politica monetária do BCE, na redução do investimento público, no aumento das cativações e no aumento da carga fiscal”, explica Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças.
O ministro das Finanças também se referiu às expectativas sobre as contas que se farão no final do ano.
“Eu só posso falar sobre as projeções que são de entidades oficiais. A comissão Europeia tem 0,4% de excedente para este ano, o UTAO tem 0,5 %, o Banco de Portugal tem 1%. A nossa estimativa com as medidas que o governo tomou, e ainda pretende tomar, é que chegaremos ao final do ano com um excedente em torno de 0,2 / 0,3% do PIB”, diz o ministro no parlamento.
Na mesma audição parlamentar, Miranda Sarmento anunciou, ainda, que o governo vai criar um grupo de trabalho para definir as regras que vão alterar o código de IMI, relativo à avaliação das barragens.