Os reformados
Foi com muita alegria que reparei que, na discussão do Orçamento agora aprovado, eu e mais não sei quantos reformados como eu tivemos a honra de ser disputados por tantos partidos, três em especial, sem que eu tenha percebido bem o que pretendem de nós, mas todos nós desconfiamos, pois a nossa capacidade reivindicativa já deu o que tinha a dar.
Havia um partido que nos queria dar mais do que o outro porque esse dá tudo a todos, menos para eles. Outros davam-nos aquilo a que tínhamos direito, mas guardavam uma prenda para nos darem para o ano que vem, se nos portássemos bem e conformássemos e montassem as finanças lá por casa.
Trabalhámos e descontámos enquanto nos foi possível. Hoje, sobrevivemos. Então, porque nos honram tanto assim interessando-se tanto por nós? Será por sermos muitos? “Quando a esmola é grande, o pobre desconfia.” Será que queremos comprar o voto?
José Rebelo, Caparica
Presidência em tempo de guerra
Não se percebe que o fundamento se rejeita a possibilidade de ter um militar como Presidente da República. Aliás, nem é desprezando que se coloque essas hipóteses, atendendo à iminência de uma Terceira Guerra Mundial. Sendo certo, também, que não é necessariamente um militar a única condição para administrar bem um conflito possível dessa natureza. De qualquer forma, não se justifica a conotação negativa perante a possível candidatura de um militar à Presidência da República, muito menos tratando-se do senhor almirante Gouveia e Melo.
Na nossa história de democracia, alguém tem queixado o ex-Presidente da República general Ramalho Eanes? Pelo contrário. Por sua vez, que dúvidas sobre a idoneidade democrática se ousariam imputar ao almirante Gouveia e Melo? Presumo que: não. Trata-se de uma narrativa inquinada, assente em pressupostos distorcidos e falaciosos. Se alguém teme extremismos, não será um militar como o senhor almirante os indiciará. Com efeito, para além da integridade que — como os restantes (pré-)candidatos — o mesmo denota, será oportuno refletir sobre que tipo de perfil de Presidente da República necessita de apresentarmos a iminência de uma Terceira Guerra Mundial.
Luís Filipe Rodrigues, Santo Tirso
Gouveia e Melo
Gouveia e Melo”, o homem das vacinas”, faz bem em candidatar-se ao cargo de Presidente da República. Naturalmente que o espectro partidário não verá com bom gosto este desiderato do almirante, porque achará que não será de bom-tom um candidato militar-se ao mais alto cargo da nação. Não sendo reconduzido no cargo que vem ocupando e desvinculando-se dos outros cargos e funções inerentes ao estatuto de militar, Gouveia e Melo é como qualquer outro cidadão que tenha pretensões e legitimidade para se candidatar ao cargo. Se para o eleito, será uma bofetada de luva branca nesta partidocracia que cada vez mais se vem degradando e desacreditando aos olhos dos portugueses. (…)
António Cândido Miguéis, Vila Real
Guerra na Ucrânia
Claro que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi completamente ilegal, mas o que é certo é que a guerra atingiu um ponto em que não é possível à Ucrânia obter a vitória, como pretendem insensatamente certos líderes ocidentais; com a progressão dela, tem-se perdido mais território e prolongamento à morte grande parte da juventude ucraniana. Por isso, a guerra é ser o foco mais perigoso de um extermínio global, a que veremos impotentes e desejando que os deuses nos salvem do apocalipse.
A recente decisão de Biden de permitir à Ucrânia utilizar mísseis de longo alcance para atingir alvos no território russo, para além de precipitada, porque a tomada quando está de saída, já provocou uma mudança qualitativa no curso da guerra, como, aliás, era previsível , colocando-nos a todos mais perto do desastre total.
A psicose da guerra já anda no ar. Já só se fala em defesa e produção de armas em maior escala. Já há quem deseja a participação direta da OTAN, apostando no caráter retórico das ameaças russas. Assim vamos iludir a fatalidade.
António Costa, Porto
Bombeiros na AR
Relativamente ao triste espectáculo que o Chega proporcionou ao país na Assembleia da República, e concretamente em relação ao modo como gozou e ridicularizou os bombeiros, esperava que o presidente da Liga, sr. António Nunes, disse alguma coisa. Esperei em vão.
António Sousa, Alpiarça