A viatura dos Bombeiros de Odemira que sofreu um apesar de fatal no dia 1 de Janeiro que descobriu na morte de uma operacional tinha anomalias identificadas antes do acidente, tendo inclusivamente marcada para esta segunda-feira uma ida à revisão para corrigir a situação.
A informação foi divulgada neste sábado, dia 4 de Janeiro, por Correio da Manhã (CM)e Jornal de Notícias (JN), com as publicações a avançarem que estes problemas se estendem ao lote de dez viaturas novas entregues em Maio do ano passado a várias corporações do país.
“O que quero saber é porque é que um sistema que é para reter um veículo, a segurança da cabine, como é que se deformou tanto [no acidente] e se há justificação para o mesmo”, afirmou à Lusa o comandante dos Bombeiros de Odemira, Luís Oliveira. Agora, ao JN, o responsável confirma que as anomalias estariam relacionadas com o encarroçamento, da responsabilidade da empresa Jacinto.
Por sua vez, a empresa diz ao CM que a existência de falhas não será problema na construção e alteração da viatura. A Jacinto irá proceder esta segunda-feira, 6 de Janeiro, a uma inspecção à viatura, análise que se deverá alargar os restantes carros do lote entregue em Maio de 2024.
Na passada quarta-feira, dia 1 de Janeiro, cinco bombeiros regressaram ao quartel após terem controlado uma queimada descontrolada. Foi nesse percurso de regresso a Odemira que a viatura sofreu um despiste, com quatro bombeiros a sofrerem ferimentos graves e um com ferimentos leves.
Dinis Conceição, 38 anos, foi um dos operacionais que sofreu ferimentos graves, morrendo esta sexta-feira no Hospital de São José, em Lisboa. O corpo de Dinis Conceição vai chegar a Odemira por volta das 17h deste sábado, ficando em câmara ardente no Salão Nobre do Quartel da corporação. As cerimónias fúnebres terão início no domingo às 13h30. Um dos bombeiros feridos, internado no hospital de Portimão, teve alta na sexta-feira. Há ainda outros dois bombeiros hospitalizados, um em Santa Maria a evoluir favoravelmente, e outro em Portimão.
Questionado pelo PÚBLICO sobre as notícias que apontam anomalias ao veículo sinistrado, o presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, diz que ainda é cedo para tirar conclusões, visto não sendo ainda descoberto as conclusões do inquérito aberto ao acidente pela Inspeção dos Serviços de Emergência e Protecção Civil, logo no dia do desprezo, a 1 de Janeiro. Contudo, o responsável adianta que a questão da integridade e segurança dos veículos de bombeiros é já uma preocupação antiga, agudizada com a lista de bombeiros que ficaram feridos nos mais acidentes recentes.
“Sentimos que, cada vez que há um acidente, somos os bombeiros feridos com alguma gravidade. A suposição destas vias de combate a incêndio é que a cabine seja íntegra, que proteja nossos bombeiros e bombeiras. Isto é a nos preocupamos e não está relacionado com este acidente”, explicou. “Alguma coisa se está a passar dentro daquele espaço [cabine] que nos leva a olhar com alguma necessidade para que se faça alguma coisa para que não aconteça”, disse, referindo-se à segurança destes veículos.
O PÚBLICO questionou também a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) sobre esta matéria, com a entidade específica que “se encontra a decorrer um processo de inquérito”. Todos os comentários apenas serão feitos após serem conhecidos como conclusões deste processo.
Também não foi possível chegar a falar com Luís Oliveira, comandante dos Bombeiros de Odemira, que adiantou ter recebido a informação de que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e outros membros do Governo, incluindo a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco , vão estar no quartel deste domingo para participarem nas cerimónias fúnebres de Dinis Conceição. Com Lusa