Nélson Oliveira, um dos elementos da organização que tem recolhido bens no município do distrito do Porto, explica à SIC Notícias que, neste momento, as equipas de salvamento necessitam, essencialmente, “material de construção e material de limpeza”.
Um pouco por todo o país, dezenas de voluntários estão a mobilizar-se para recolher bens para os habitantes de Valência, que recuperam dascheias que mataram mais de 200 pessoas na passada semana. Em Paços de Ferreira, começa a estar tudo a postos para que que seja feito o primeiro envio de ajuda humanitária.
Um camião carregado com bens essenciais parte de Paços de Ferreira em direção a Valência, na sexta-feira, enquanto um segundo segue na madrugada de sábado.
Nélson Oliveira, um dos elementos da organização que tem recolhido bens no município do distrito do Porto, explica à SIC Notícias que, neste momento, as equipas de salvamento necessitam, essencialmente, “material de construção e material de limpeza, nomeadamente pás, galochas, fatos de proteção, máscaras FFP2, luvas.
Para além disso é ainda requisitado por parte das equipas de resgate bebidas e barras energéticas, alimentos e produtos para crianças como fraldas e toalhitas.
Comida para animais, álcool gel e lixívia são outros dos produtos necessários.
“Foi-nos pedida muita lixívia porque há muita água parada, muita carne que está a apodrecer que saiu de talhos, restaurantes e casas. Foi-nos pedida lixívia para fazer a desinfeção, aliás toda a roupa que se está a mandar já tem de ser higienizada, lavada a 60 graus. Neste momento, estamos a pedir às pessoas para não nos trazerem roupa, principalmente de adulto, isso será feito mais à posteriori numa outra carga”, explica Nélson Oliveira.
Neste momento, surgem alguns problemas que dificultam o trabalho deste movimento solidário – “Juntos por Valência” -, nomeadamente no que diz respeito ao transporte dos bens recolhidos em vários pontos do país até ao centro logístico de Paços de Ferreira.
O organizador revela que os locais que enfrentam maiores problemas relativamente a esta questão são os centros localizados em Vila Real “porque têm uma angariação gigantesca de material”.
“Estamos com dificuldade em arranjar transporte de Vila Real até aqui a Frazão, em Paços de Ferreira”, acrescenta.
Autarquias valencianas transformam-se em centros de ajuda
No país vizinho, os movimentos solidários crescem a cada dia que passa. O enviado da SIC em Valência, Guilherme Monteiro, reporta que a Câmara Municipal da localidade de Massanassa transformou-se num verdadeiro armazém de produtos destinados à população afetada pelas cheias.
Número de mortos sobe para 219
O número de mortos confirmados nas inundações de 29 de outubro em Espanha subiu para 219 e as autoridades têm registo de 93 pessoas desaparecidas, segundo os balanços oficiais mais recentes.
Os dados oficiais anteriores eram de 217 mortos e 89 desaparecidos.
A maioria das vítimas mortais é da região autónoma da Comunidade Valenciana, no leste de Espanha, onde estão confirmados 211 mortos.
Na região de Castela La Mancha, numa zona vizinha da Comunidade Valenciana, morreram mais sete pessoas e há ainda uma vítima mortal do temporal da semana passada na Andaluzia, no sul do país.
Estes dados foram confirmados na quarta-feira à noite pelo ministro da Administração Interna de Espanha, Fernando Grande-Marlaska, numa entrevista à rádio Cadena Ser.
Com Lusa