Em conferência de imprensa, em Bruxelas, a porta-voz do executivo comunitário Nabila Massrali revelou que os países da União Europeia (UE) “estão a discutir a situação do apoio continuado da Coreia do Norte” à Rússia.
A União Europeia está a preparar “uma resposta apropriada” e vai “coordenar-se com os parceiros internacionais”.
Nesse sentido, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, vai “viajar até Seul no final desta semana” e na próxima segunda-feira, 04 de novembro, está prevista uma reunião para discutir uma resposta a Pyongyang.
Hoje está a realizar-se uma reunião do Comité Político e de Segurança com uma delegação da Coreia do Sul para abordar a mesma questão.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, encontrou-se ao final da manhã de hoje com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte.
Os líderes das duas organizações não divulgaram o motivo da reunião.
Os Estados Unidos da América, a NATO, a Ucrânia e a Coreia do Sul revelaram nas últimas duas semanas que militares norte-coreanos iam apoiar a Rússia na invasão à Ucrânia.
Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO revelou que esses militares já estavam em território russo e que iam a caminho da região de Kursk, que foi ocupada pelas forças militares ucranianas, na sequência de uma incursão que começou no dia 06 de agosto deste ano.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a anunciar que as Forças Armadas controlavam 1.000 quilómetros quadrados do território russo. Foi a primeira invasão do território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
Pyongyang e Moscovo estreitaram laços desde o início da invasão ao território ucraniano, em 24 de fevereiro de 2022. O isolamento da Rússia levou o Kremlin a depender mais de países como a Coreia do Norte e o Irão, que têm fornecido armamento.
Mas a presença de militares norte-coreanos em território russo ou ucraniano para ajudar a Rússia foi classificada por Mark Rutte como uma “expansão perigosa” do conflito.
Hoje, a porta-voz da Comissão Europeia não quis comentar se Josep Borrell também vai viajar até Tiblissi, na sequência de uma visita do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para apoiar o Governo georgiano pós-eleições.
O resultado das eleições está a ser contestado por observadores internacionais e 13 países da UE, incluindo Portugal, condenaram na segunda-feira a presença de Orbán na capital.
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