O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) vai realizar uma greve nacional no dia 15 de Janeiro e convocar uma manifestação junto da Assembleia da República, anunciou esta sexta-feira o seu presidente, Ricardo Cunha.
Em declarações à Lusa, o dirigente explicou que a greve é uma “resposta à falta de vontade” do Governo em negociar os aumentos de pedidos.
“No seguimento do cumprimento do prazo atribuído ao Governo para retomar o processo negocial relativo à revisão da carreira, dentro do calendário previamente definido pelo próprio”, o SNBS realizou uma reunião da direcção na quinta-feira e decidiu a “realização de uma manifestação nacional para o próximo dia 15 de Janeiro, pelas 12h00, em frente à Assembleia da República”, refere a organização sindical, em comunicado.
Para o mesmo dia, entre as 7h00 e as 22h00, será agendada uma greve nacional, abrangendo vários serviços, como formaturas, instrução, formação, serviço administrativo, exercícios, prevenções e pareceres técnicos. Os fora da convocatória da greve são serviços de urgência ou de emergência relacionados com a saúde ou protecção civil.
No início do mês, o executivo suspendeu as negociações com os bombeiros sapadores, acusando-os de estarem a fazer pressão ilegítima, com um protesto que incluía petardos, tochas e fumos junto à sede do Governo, numa acção que viria a ser declarada ilegal pela PSP.
“Não havia motivos para cancelar negociações”, disse então Ricardo Cunha, considerando que “foi uma maneira de o Governo fugir à sua responsabilidade, porque na realidade não tinha nada a apresentar” como proposta de aumentos.
De fora desta primeira iniciativa está a promessa de acções contra os “municípios que não venham a público demarcar-se a posição que o Governo tem adoptado”, como foi avisado anteriormente pelo SNBS.
Os sapadores são funcionários das autarquias, mas a sua carreira é regulada pelo poder central, o que acrescenta complexidade às negociações.
“Quem tem de regulamentares, através da lei, é o Governo, a Assembleia da República. E as câmaras têm que aplicar aquilo que for legislado”, explicou Ricardo Cunha, referindo que o “Governo deveria apoiar, pelo menos em parte, algum do investimento que os municípios fazem nos bombeiros sapadores”, algo que hoje não acontece.
O Governo tem insistido que não existem condições para voltar à mesa de negociações, recusando discutir com o sindicato sob cooperação e perante o que classificou de comportamentos ilegais.