O Benfica foi interrompido neste domingo, na Vila das Aves, o ciclo de oito vitórias consecutivas no campeonato, empatando no terreno do AFS (1-1), com o golo dos anfitriões a chegar no último fôlego da partida. Foram os primeiros pontos perdidos pelas “águias” no reinado de Bruno Lage, desperdiçando a oportunidade de saltarem para a liderança no jogo da próxima quinta-feira, diante do Nacional.
Tentando gerenciar o momento de grande densidade competitiva, com três jogos no espaço de uma semana, Bruno Lage apresentou frente a um AFS que não venceu para a Liga há oito jogos (derrotas fora com Sporting e em casa com Famalicão, FC Porto e Sp . Braga), alterações significativas no “onze” inicial, que não contam com Otamendi, Florentino, Di María e Pavlidis, para além do suspenso Álvaro Carreras.
No lugar do lateral espanhol, o treinador do Benfica colocou Beste, elegendo Leandro Barreiro para o meio-campo e Amdouni e Arthur Cabral para a linha da frente. Apesar do 4x3x3 implícito na disposição da equipa, o Benfica passou mais tempo num 3x5x2, com Leandro Barreiro a recuar para perto de Bah e dos centros para iniciar a construção a três, projectando Aursnes e Beste, que convidavam a uma permuta dos médios ofensivos, com Akturkoglu a pisar terrenos interiores no apoio a Cabral e Amdouni.
O AFS respondeu com um dispositivo assente em cinco defesas e quatro médias, embora Mercado e Piazón estivessem sempre em condições de saltar para fazerem companhia a Zé Luís. Uma estratégia que ficou mais evidente nos primeiros 15 minutos, período em que os locais iniciaram em determinadas zonas a saída do Benfica, criando duas boas oportunidades para Mercado e Zé Luís.
A ineficácia ou deslumbramento dos avenses acabou por ser punida por um bom golo de Amdouni (17′), a libertar a formação da Luz das amarras psicológicas de um jogo importante para preparar o assalto à liderança do campeonato e consumir, na Madeira, no jogo no atraso da 8.ª jornada, a possível troca com os rivais de Alvalade.
O golo levou o encontro para uma dimensão diferente, com o Benfica a pressionar bem, mesmo sem causar grandes danos ao adversário (Simão Bertelli fez duas defesas na primeira parte), exceptuando dois remates dos turcos Kokçu e Aktürkoglu, a fechar a primeira parte. Uma pressão que salientou as dificuldades de construção do AFS, praticamente inofensiva e ainda propôs um trocarte Zé Luís (lesionado) por Nenê antes do intervalo.
Realidade que sofreu alteração significativa na segunda metade, com o Benfica algo conformado e apático, para permitir a resposta avense. Daniel Ramos injetou sangue novo e, já com Di María e Pavlidis em campo, a formação local dispôs de enorme ocasião de gol no cabeceamento de Nenê, ao poste. Trubin defendeu a recarga de Fernando Fonseca, impedindo a igualdade numa fase crucial.
O AFS, que tinha 32% de posse de bola na primeira parte, passou a dividir o jogo com um Benfica a dar sinais de quebra física, o que levou Bruno Lage a entrevir de novo, mais para estabilizar e tentar recuperar as ideias do jogo do que para dar um safanão e acabar com a ansiedade dos adeptos.
Schjelderup ainda criou ilusão de gol a um minuto dos 90, mas o lance foi invalidado. E já no tempo de compensação foi o AFS que colheu a recompensa pela grande segunda parte que fez, ao capitalizar um lance de bola parada, com cabeceamento de Devenish a colocar um travão na caminhada do Benfica no campeonato.