No meio da guerra com o Hezbollah: “Há quem esteja demasiado doente para conseguir fugir”
O Hospital St Therese resiste aos ataques israelitas. Nunca foi um alvo direto, mas o impacto das explosões nos prédios vizinhos já fez estragos. Os médicos recusam sair.
As freiras que fundaram o hospital também continuam a preparar as refeições. As enfermeiras não cedem ao medo e dizem que a vida dos pacientes vale mais do que as delas. “Muitos doentes fugiram, mas há quem esteja demasiado doente para conseguir fazê-lo”.
No meio de um subúrbio controlado pelo Hezbollah a sul de Beirute, o Hospital St Therese mantém as portas abertas e as janelas protegidas com sacos de areia.
Basta subir ao telhado para ver como é perigoso trabalhar naquela zona. Ali Hashem está determinado em manter as portas do hospital abertas, apesar dos ataques aéreos israelitas do outro lado da rua.
“Como poderíamos ir embora? As pessoas precisam de nós. Financeiramente, em termos empresariais, seria melhor para mim fechar, sim, mas temos o dever de servir”.
Estes subúrbios no sul têm sido bombardeados pelas Forças da Defesa de Israel. São controlados pelo Hezbollah.
A história de coragem de Ania
Aos 33 anos, Ania decidiu trocar o conforto da casa na Bélgica pela frente da guerra em Donetsk. Diz que é a pessoa mais feliz do mundo ao defender os ucranianos.
Ania nasceu na Polónia, poucos dias depois amputaram-lhe a perna direita e a família abandonou-a no hospital. Foi adotada por uma família de Liège e sempre sonhou ser soldado.
Já adulta, aos 26 anos, soube que o avô era de Zaporijia, no leste da Ucrânia, e quando a guerra começou não quis ficar de fora.
“Quando cheguei à Ucrânia, tive vontade de beijar o chão… chorava sempre que atravessava a fronteira. Agora, só de saber que sou obrigada a ficar aqui, sou a pessoa mais feliz do mundo. É a minha casa. Sinto-me em casa. Sei que devo estar aqui”.
Vive há um ano a poucos quilómetros da linha da frente e trabalha ao lado de soldados ucranianos.
Desde o início da guerra que Ania fazia parte dos comboios de ajuda humanitária entre a Bélgica e a Ucrânia, mas o espírito combativo levou-a a uma brigada onde treinou para se tornar piloto de drones.
Foetele, Schuûpe, Majjem: já ouviu falar limburguês?
Conhecida pela assinatura do Tratado Europeu em fevereiro de 1992, Maastricht é a capital da região onde se fala limburguês, ou melhor, já não se fala.
Lotte é influenciadora e todo o conteúdo que publica nas redes sociais é em limburguês. “Esta é a nossa língua materna e gostava que os jovens se interessassem por esta língua”.
As autoridades da região no sul dos Países Baixos vão gastar mais de um milhão de euros por ano para manter o idioma vivo.
“Notamos que a língua limburguesa está a começar a desaparecer e isto acontece sobretudo com as crianças”.
O governo quer preservar a língua e encorajar a sua utilização. Tornar o limburguês uma disciplina escolar obrigatória a ser usada pela comunicação social e pelos tribunais é um dos objetivos.
Mama Orbe, a mulher que ajudou milhões de tartarugas a sobreviver
Orfília Bermudez, conhecida por Mama Orbe, vive em Baía Solano, na Colômbia, teve seis filhos e tem um amor infinito pelas tartarugas. Há mais de 30 anos que dedica todos os dias à conservação destes animais.
Mama Orbe vive numa praia onde, a cada 15 dias, chegam mais de 400 tartarugas marinhas. E não consegue esconder a felicidade quando lhe falam dos milhões de animais que já ajudou.
“Milhões e que felicidade. Na hora de deixá-las ir, fico nostálgica, mas também contente, porque sinto que estou a cumprir um dever”.
Ver as tartarugas a chegar à praia, a pôr os seus ovos e também os seus bebés, numa altura em que não havia o cuidado de preservação inspirou Mama Orbe. Atualmente, o número de pessoas a fazê-lo é cada vez maior.
Os turistas que chegam ao vale têm a oportunidade de participar na monitorização dos ninhos, na libertação das crias e na limpeza das praias.
Qual é o país com o maior número de aves no mundo?
Colibris, pica-paus ou capitães-de-cabeça-vermelha, são 1.969 espécies de aves num território com mais de um milhão de quilómetros quadrados.
O recorde pertence a um país da América do Sul, onde a biodiversidade é um atrativo turístico. Mas esta riqueza natural pode estar em risco, os especialistas alertam para a necessidade de preservar os ecossistemas e combater o tráfico de animais selvagens.
“Os pássaros são indicadores da saúde dos ecossistemas, das florestas e do clima. Portanto, ajudam-nos a enfrentar estas crises através de estratégias holísticas e multidisciplinares. Quando protegemos uma espécie migratória, estamos a proteger a natureza e a sarar o clima e a dar benefícios diretos às pessoas.”
A riqueza da ilha que os britânicos trocaram por Manhattan
As especiarias chegaram a valer mais do que o ouro e Rhun, hoje parte da Indonésia, tinha uma riqueza quase única, a noz-moscada.
Era rara, dava sabor à comida e à bebida e dizia-se também que ajudava a combater a peste. Todas as nações europeias lutaram pela noz-moscada. Foi por esta razão que a pequena ilha motivou um conflito entre os Países Baixos e a Grã-Bretanha.
A questão foi resolvida no século XVII, com o Tratado de Breda. Manhattan tornou-se britânica e deu lugar a uma metrópole. Rhun foi entregue aos holandeses e é um paraíso natural fora das rotas do turismo.
Atualmente há outros países a produzir noz-moscada, por isso o seu valor é muito inferior. Séculos depois, as plantações ainda lá estão e Burhan e os outros dois mil habitantes de Rhun ainda vivem da noz-moscada.