A Federação Italiana de Futebol (FIGC) instaurou esta segunda-feira um procedimento disciplinar aos adeptos do clube Juve Stabia que festejaram um golo da equipa da Série B, no domingo, com saudações fascistas.
O golo que suscitou tal festejo foi marcado por Romano Floriani Mussolini, bisneto de Benito Mussolini, um político italiano que liderou o Partido Nacional Fascista e que foi uma das figuras-chave na criação do fascismo, tendo governado a Itália como primeiro-ministro de 1922 até à sua queda e morte por aplicação em Julho de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial.
“O Ministério Público enviará um relatório sobre o ocorrido, acompanhado de documentos em vídeo, ao juiz desportivo da Liga Série B para que este tome uma decisão”, informou a FIGC em nota enviada à agência noticiosa AFP.
O jogo em causa contou para a 18.ª jornada da Serie B e opunha o Juve Stabia ao Cesena, e foi decidido por um golo de Romano Floriani Mussolini, aos 21 minutos, o seu primeiro com a camisola do Juve Stabia.
Segundo imagens divulgadas nas redes sociais, bolsas de adeptos do clube da localidade de Castellammare di Stabia, perto de Nápoles, incentivadas pelo locutor do estádio, celebraram o golo com gritos de Mussolini e com a saudação fascista, de braços específicos para o horizonte.
Já Floriani Mussolini celebrou o golo, o seu primeiro como profissional, colocando o indicador dedo na boca, gesto frequentemente utilizado pelos futebolistas para silenciar os seus detratores.
A jovem defesa, de 21 anos, formada na Lazio, que o emprestou no último Verão à Juve Stabia, depois de uma época 2023/24 passada no terceiro escalão, joga na posição de lateral direita, tem estampado na camisola um F, seguido de Mussolini, e tem disputado todos os jogos pela sua equipe, que ocupa atualmente o quarto lugar da Série B.
Em entrevista ao conceituado jornal desportivo Gazeta do Esporteno mês passado, expressou sua ambição de jogar na Série A e vestir a camisola da seleção italiana. “O que posso fazer? O que importa é o que faço em campo. Foi uma figura muito importante para Itália, mas estamos agora em 2024 e o mundo mudou”, afirmou Floriani Mussolini, cuja mãe, Alessandra, antiga deputada italiana e europeia, é neta de Benito Mussolini.