Uma nova curta-metragem portuguesa vem juntar-se ao conjunto de filmes nacionais que terá a sua estreia mundial no Festival de Roterdão, a decorrer naquela cidade dos Países Baixos entre 30 de Janeiro e 9 de Fevereiro. Trata-se da nova crítica do autor de Estória do Gato e da Lua, Pedro Serrazina: Sombras de Nós Própriosrealizado em animações em areia.
Será a segunda de duas curtas de animação de fabrico nacional a ter estreia fora de concurso na edição 2025 do festival, a par de Banana Amarelade Alexandre Batista, igualmente selecionado para a seção Short & Mid-Length. E é a sexta estreia mundial portuguesa no programa, juntamente com as longas-metragens Pai Nossode José Filipe Costa (competição Big Screen) e Primeira Pessoa do Pluralde Sandro Aguilar (competição Tiger), e com as curtas La Durmientede Maria Inês Gonçalves (competição Ammodo Tiger), Vistosos Cumesde Diogo Salgado, e Banana Amarela.
Sombras de Nós Próprios é uma animação experimental sobre a vigilância na sociedade contemporânea e o medo e a alienação, descrita como uma “viagem sensorial”. E é o regresso em nome próprio de um dos nomes importantes da renovação do cinema de animação em Portugal, cineasta demasiado raro, que tem partilhado a sua carreira de realizador com o ensino e a arquitectura.
Para além de várias telediscos (para António Zambujo ou Samuel Úria), Pedro Serrazina é gravado sobretudo por Estória do Gato e da Lua (1995), estreado no Festival de Cannes, e Os Olhos do Farol (2010), ambos selecionados para centenas de festivais. A nova curta tem design de som de David Novack (que trabalhou com Todd Haynes e Larry Clark) e Tarun Madupu e é uma co-produção do realizador com a Modo Imago.
O anúncio da sua estreia em Roterdão coincide com a inclusão de Percebesde Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, que ganhou o prémio máximo do Festival de Annecy, na lista dos pré-nomeados ao Óscar 2025 de Melhor Curta Animada.