As novas longas-metragens de José Filipe Costa, Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazare Sandro Aguilar, Primeira Pessoa do Pluralterá estreia mundial na 81.ª edição do festival internacional de cinema de Roterdão (IFFR).
O festival neerlandês, que terá lugar de 30 de Janeiro a 9 de Fevereiro, recebe ainda três outras estreias mundiais de curtas-metragens portuguesas, entre as quais uma a concurso — La Durmiente, de Maria Inês Gonçalves — numa das mais fortes presenças nacionais dos últimos anos em Roterdão.
De recordar que o IFFR atribuiu o prémio máximo de curta-metragem de ficção em dois anos consecutivos a Isadora Neves Marques (Tornar-se Homem na Idade Médiaem 2022) e Mónica Lima (Natureza Humanaem 2023).
Pai Nosso farão parte da competição Big Screen, destinada a filmes de autor com potencial comercial, onde nos anos anteriores foram exibidos Mosquito, de João Nuno Pinto ou Ó Pior Homem de Londres, de Rodrigo Areias. Produção da Uma Pedra no Sapato, trata-se do primeiro longa-metragem de ficção do autor dos documentários Linha Vermelha e Prazer, Camaradas!com Jorge Mota no papel de António de Oliveira Salazar depois do seu acidente vascular cerebral em 1968.
Primeira Pessoa do Plural estará no concurso principal do festival, a Tiger Competition, e é o terceiro longa de Sandro Aguilar depois de Uma Zona e Mariphasa. O realizador, e sócio fundador da produtora O Som e a Fúria, estevea em concurso em Roterdão em 2011 com a curta Mercúrio; o novo filme, interpretado por Albano Jerónimo, Isabel Abreu e Eduardo Aguilar, é uma co-produção luso-italiana (O Som e a Fúria e La Sarraz Pictures) à volta de um casal prestes a comemorar o 20.º aniversário de casamento.
Será um dos 14 títulos do concurso pelo prêmio principal de longa-metragem do IFFR, cujo júri contará este ano com a atriz iraniana Soheila Golestani (que participou em A Semente do Figo Sagrado, de Mohammad Rasoulof) e o realizador britânico Peter Strickland (Berberian Sound Studio, em tecido). No entanto, apenas 13 dos 14 títulos do concurso foram anunciados pela diretora do festival, Vanja Kaludjercic, na conferência de imprensa desta terça-feira de manhã; o 14.º título, “devido à sensibilidade que rodeia a sua divulgação”, apenas será designado mais próximo do arranque do IFFR.
Entre as 20 curtas escolhidas para a competição de curtas-metragens Ammodo Tiger, estarão La Durmienteterceira curta de Maria Inês Gonçalves, co-produção luso-espanhola com a escola de cinema basca Elías Querejeta, híbrido de ficção e documentário sobre a infanta Beatriz de Portugal rodado no mosteiro do Santo Espírito em Toro.
Fora de concurso, o IFFR receberá a segunda curta de Diogo Salgado (Noite Turva), Vultosos Cumescoprodução luso-franco-belga, e a primeira curta do animador Alexandre Sousa, Banana Amarelaem coprodução com Hungria.