Numa audiência nesta quarta-feira, o juiz distrital Arun Subramanian, de Nova Iorque, voltou a negar ao rapper e o produtor Sean “Diddy” Combs o pedido de fiança de 50 milhões de dólares – que seria garantido pela sua casa de 48 milhões de dólares (44 milhões de euros) em Miami e co-assinada por vários membros de sua família – por “potencial manipulação” de testemunhas.
Os procuradores já foram acusados de tentar contatar possíveis testemunhas a partir da prisão, com o objetivo de criar “narrativas” para influenciar a opinião pública, bem como potenciais jurados para o seu julgamento por acusações de tráfico sexual e extorsão.
Detido no Centro de Detenção Metropolitana de Brooklyn, Sean “Diddy” Combs declarou-se inocente e negou várias acusações de abusos sexuais em mais de duas dúzias de processos civis, movidos principalmente por homens, mas também mulheres, algumas menores de idade no período das alegadas agressões.
Na quarta-feira, Arun Subramanian concluiu que o tribunal não poderia confiar em Combs se este fosse libertado sob noiva. “O tribunal considerou que o governo declarou, através de provas claras e convincentes, que nenhuma condição ou combinação de condições garantirá razoavelmente a segurança da comunidade”, escreveu o juiz, acrescentando que “há provas irrefutáveis da propensão de Combs para a violência”.
Ó rapper O produtor também é acusado de usar indevidamente as comunicações da prisão para testemunhas e de coagir pessoas que estão próximas a publicar postagens na internet em sua defesa. Os procuradores afirmaram, de resto, que Combs pediu aos membros da sua família que levassem a cabo uma campanha nas redes sociais por altura do seu aniversário, a 4 de Novembro, encorajando os filhos a publicar vídeos em que se reuniam para o celebrar.
Os advogados de Combs defendem que o músico deveria ser libertado para “ter tempo de se preparar” para o seu julgamento em 2025, e que a apreensão de 20 páginas na sua cela no início deste mês foi ilegal, alegando que os documentos estavam sujeitos ao função advogado / cliente.
Os procuradores discordaram, referindo que uma presumível adulteração de Combs pode ser considerada uma interferência à justiça. Assinalaram ainda que Combs utilizou a aplicação ContactMeAsap – que permite aos reclusos comunicar com contactos autorizados – para falar com bolsas de pessoas, incluindo nomes que não constavam da sua lista de contactos validados, tendo pago também a outros reclusos para o fazerem.