Pelo menos 350 pessoas foram detidas, neste domingo, no Paquistão por participarem de uma nova marcha nacional organizada para exigir a libertação do líder da oposição e ex-primeiro-ministro do país, Imran Khan.
A marcha dirige-se à capital, Islamabade, liderada pela mulher de Khan, Bushra Bibi, e pelo principal dirigente do Estado de Khybert Pakhtunkhwa e uma das principais figuras do partido do antigo primeiro-ministro, Ali Amin Gandapur.
O partido Paquistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça), do primeiro-ministro deposto Khan, convocou a marcha nacional, apelidada de “última oportunidade”, para exigir a libertação dos opositores presos, especialmente do líder da oposição.
O PTI também exige a devolução daquele que chama “o seu mandato roubado” nas eleições de 8 de Fevereiro, alegando restrições e vetos que o impediram de formar um governo, apesar da vitória nas urnas.
O Tribunal Superior de Islamabad proibiu na quinta-feira o PTI de realizar uma marcha, invocando medidas de segurança devidas à visita do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, na segunda-feira.
O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, avisou no sábado que a polícia iria prender aqueles que violassem as ordens do tribunal.
Apesar dos avisos, caravanas de manifestantes partiram de diferentes partes do país em direcção a Islamabade, de acordo com o PTI, e este novo protesto é a tornar-se o maior desde que o actual primeiro-ministro, Shebhaz Sharif, assumiu o poder em Fevereiro.
As autoridades de Islamabade isolaram neste domingo a capital paquistanesa com a mobilização de milhares de agentes de segurança e o bloqueio de estradas devido à marcha.
“Cerca de 29.000 agentes de segurança da polícia de Islamabade, da província de Punjab e de outras regiões, Rangers e Polícia de Fronteira foram destacados”, disse o porta-voz da polícia, Taqi Jawad, à agência espanhola EFE.
As autoridades fecharam as principais estradas e estradas com contentores, numa tentativa de impedir a entrada dos manifestantes na capital federal.