Diante de um disco como Noites Acordadasé quase impossível não pensar num outro disco que reivindica a noite para título e espaço de criação: A melodia à noite, com vocêgravado por Keith Jarrett em 1997 e 1998, no estúdio contíguo à sua casa, e editado pela ECM em 1999. Mas é na evocação de um gesto, e não no disco em si, que reside a comparação. No caso de Jarrett, o século XX estava no fim e ele mergulhou nesse seu disco de alma e coração enquanto lutava contra uma adversidade: a síndrome de fadiga crónica que então o assolava. No caso de Manuel Faria, co-fundador dos Trovante e seu teclista, como Noites Acordadastítulo do seu recém-lançado primeiro disco a solo, nasceram da concretização vagarosa e inspirado de um projeto antigo, onde a noite é pretexto para contar histórias “sem a ajuda de palavras”.
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