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O ex-presidente Michel Temer, 84 anos, falou, em Lisboa, sobre o atentado com bomba que ocorreu na quarta-feira em Brasília. Ele disse que o país tem de se tranquilizar e acredita que se trata de um ato isolado e que não traz prejuízos à imagem do país em relação aos investidores. “A democracia está consolidada no Brasil. Nós devemos tranquilizar o país”, afirmou.
Temer optou por não tirar conclusões políticas sobre o acontecimento do dia 13 de novembro, em que bombas explodiram na Praça dos Três Poderes — o autor dos ataques, Francisco Wanderley Luiz, morreu. “Eu, particularmente, espero que não tenha nada a ver com um movimento, amplo, conspiratório. Tudo indica, pelo meu ver, que é um ato de uma pessoa desequilibrada”, concluiu, dizendo ainda que o caso deve ser investigado.
O ex-presidente não acredita que esse atentado possa fazer tremer a democracia no Brasil. “Veja como as instituições estão funcionando muito solidamente e não estão sendo abaladas. Mesmo a partir do episódio de 8 de janeiro de 2023, vemos que as instituições não foram abaladas. E, quando as instituições não estão abaladas, temos a garantia para eventuais investimentos e, portanto, tranquilidade e segurança jurídica”, frisa.
Presente em Portugal para participar da Conferência LIDE 2024 Lisboa, Temer fez referência ao discurso nesse evento do ministro da Economia português, Pedro Reis, que referiu que seu país está de portas abertas para investimentos brasileiros. Ele destacou que não há empecilhos para os investidores estrangeiros no Brasil e se concentra na necessidade de incrementar cada vez mais a iniciativa privada entre os dois países.
Temer chamou a atenção para a fala do ministro português da Economia. “Ele elogiou muito a economia brasileira e fez um apelo para que investíssemos aqui em Portugal”, assinalou, em entrevista ao PÚBLICO Brasil.
Brasileiros em Portugal
Sobre a postura do Governo português em relação ao Brasil, o ex-presidente são extremamente positivos. “O discurso do ministro foi uma fala de integração. Ele não deixou de mencionar os grandes investimentos que Portugal tem no Brasil, sobretudo na área de energia”, acrescentou.
Em relação ao futuro das relações entre Brasil e Portugal, Temer citou mais uma vez o ministro português. “Deve-se cada vez mais prestigiar a iniciativa privada”, disse, referindo que esta muitas vezes depende do poder público.
Ele indicou como marco da proximidade entre os dois países ao citar o movimento de nacionais do Brasil em direção a Portugal. “Veja quantos brasileiros estão aqui, não só residem, mas também visitam Portugal. A relação é social, uma relação política, uma relação institucional, uma relação comercial cada vez mais sólida”, salientou Temer, dizendo depois que agora está fora da vida política.