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O governo de Portugal está disposto a atrair cada vez mais investimentos de empresas brasileiras para o país. Segundo o ministro da Economia, Pedro Reis, as companhias que cruzam o Atlântico e aportam em território luso encontrarão segurança pública, boa infraestrutura, pessoas comprometidas, sistema bancário sólido e promessa de corte de impostos e desburocratização, além de fundos oferecidos pela União Europeia .
Nos anos mais recentes, os investimentos brasileiros se espalharam por vários setores da economia portuguesa, contribuindo para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a criação de empregos. Também os trabalhadores brasileiros fizeram a diferença em Portugal. Apenas entre janeiro e agosto deste ano, eles desenvolveram com 824,5 milhões de euros (R$ 5,2 bilhões) para a Segurança Social, quantia que pode passar de 1,4 bilhão de euros (1,4 mil milhões de euros ou R$ 9 bilhões) no acumulado de 2024.
Para o ministro, que participou de um seminário promovido pelo Grupo Lide, as economias brasileira e portuguesa são complementares, já que Portugal, por ser pequeno, enfrenta os desafios da escala e da capitalização, em contrapartida, oferece boa infraestrutura energética, de comunicação e de transporte com todo o continente europeu. Também presente no evento, o secretário de Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, destacou que Portugal pode ser, de forma mais substancial, a porta de entrada do Brasil na Europa. “Temos essa capacidade de fazer a ponte atlântica”, assinalou.
Atividade forte
Ex-presidente do Banco Central (BC) do Brasil e ex-ministro da Economia, Henrique Meirelles endossou as oportunidades entre os dois países, mas ressaltou a necessidade de esforços específicos no sentido de fortalecer os laços de negócios. Na avaliação dele, também é importante aumentar as trocas comerciais, hoje restritas a poucos produtos.
Olhando especificamente para o Brasil, Meirelles disse que a maior preocupação dos economistas hoje é com os rumores da pública do país, pois o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva “vive se equilibrando entre aqueles que querem gastar mais e os outros que limitam a dívida o separação”. De qualquer forma, ele, que por oito anos foi presidente do BC de Lula, vê pontos positivos no país, como as reformas estruturais que “geraram maior produtividade da economia, que estão crescendo mais do que o previsto”.
Já o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, destacou a solidez do sistema financeiro brasileiro, que, nas últimas décadas, passou por várias transformações. No entanto, os bancos foram capazes de se reinventar em três momentos considerados chaves: em 1994, com o Plano Real; em 2008, com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos; e, em 2020, com a pandemia do novo coronavírus.
Segundo o executivo, o Plano Real expõe a ineficiência dos que trabalharam na nuvem da ciranda financeira. “Dali, emergiram bancos mais eficientes e mais sólidos”, enfatizou. E complementou: “Mostramos resiliência também na crise de 2008, quando vários bancos americanos foram tragados pelo arrastão global. Na pandemia, os bancos foram importantíssimos para capitalizar a economia”.