Os músicos já estão no estúdio à espera de Chuvinha, cantora-fenómeno afro beats / hip-hop, prestes a gravar mais um par de temas que promete manter-la nos tops de transmissão e continue a fazer dela uma estrela nacional. Mas, à falta de Chuvinha, à falta da mais imediata figura de poder, desce-se um degrau na busca por protagonismo e por ascendente sobre os restantes, e deflagra o braço-de-ferro entre quem deverá ser o autor do arranjo do próximo bater (uma canção A bunda preta da chuvinha) a ser registrado. Quando Chuvinha (Djucu Dabó) finalmente chegar, acompanhado da sua comitiva (Érica Rodrigues e Ivo Marçal), há-de reclamar esse poder e exercê-lo sem pejo sobre os músicos (Pedro Walter, João Farraia, Duarte Grilo, Anilson Eugénio e Afonso de Portugal), sabendo, ainda assim, que se encontra num plano intermediário desta pirâmide, encimado por um produtor (João Cabral) e um gerente (Diogo Bach).
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