Jorge Tarazona é apenas um rosto das centenas de pessoas que perderam familiares nas cheias, em Valência. O último, e para já único, balanço feito pelas autoridades fala em 217 mortos, mas a realidade no terreno aponta para mais.
Uma semana depois da catástrofe provocada por uma tempestade, em Valência, continuam as operações de resgate e limpeza, numa altura em que centenas de pessoas ainda estão desaparecidas e a população desespera por ajuda.
Jorge Tarazona cola agora um papel que pede para quando o carro for rebocado ligarem para o número que ali deixa. Foi ali, dentro do carro, que perdeu o irmão, a cunhada e a sobrinha no dia da grande tempestade.
Este homem é apenas um rosto das centenas de pessoas que perderam familiares. Os números continuam sem ser conhecidos. O último, e para já único, balanço feito pelas autoridades fala em 217 mortos, mas a realidade no terreno aponta para mais.
Nas ruas permanecem as limpezas exigentes, tendo em conta tudo aquilo que a chuva destruiu.
São os moradores que, todos os dias, fazem os possíveis para tentar reerguer as cidades.
População pede mais apoio
Foi preciso uma semana para os militares chegarem, mas o Governo espanhol diz que, nesta altura, estão na província valenciana mais de 14 mil operacionais. A população diz que é preciso mais.
Muitas zonas continuam sem eletricidade e gás, as estradas permanecem cortadas e os percursos difíceis de fazer.
Os desaparecidos também continuam por encontrar. Permanecem as buscas nos mesmos locais de sempre: garagens e parques de estacionamento.
A indignação pública tem aumentado, numa altura em que os moradores locais são quem mais faz.
Os populares criaram locais improvisados para distribuir comida e água potável e também para cuidados de saúde.