O técnico principal do Sporting garantiu que, em caso da conquista do bicampeonato, não virá ao Marquês. “Não teria coragem, mas vou ficar muito feliz por eles”, confessa. Para o homem que tomará o seu lugar deixa apenas uma garantia: “Aqui, nunca se vai sentir sozinho”
A utopia de Amorim em Alvalade chegou ao fim. Como “estava escrito que tinha de ser” e com “um momento para guardar para vida”. Foram estas as palavras escolhidas pelo próprio Rúben Amorim, na conferência de imprensa depois de vencer o Manchester City por 4-1. O técnico referia-se ao momento em que foi atirado ao ar pelos jogadores leoninos após o apito final.
O ainda treinador do Sporting – transfere-se para o Manchester United depois do jogo com o SC Braga – confessa que “não há muita explicação” para o que aconteceu nesta jornada europeia em Alvalade.
“Na primeira parte em que não conseguimos ter bola e estivemos muito precipitados. Eles ganhavam os duelos todos, empurraram-nos para dentro da baliza, falharam golos, uma primeira parte difícil, mas depois conseguimos chegar ao empate e acalmou toda a gente”, começa por relembrar Amorim. “Depois fomos para o intervalo, mudámos algumas coisas, mas a reviravolta não teve nada a ver com as mudanças”, continua. Para resumir: “Na primeira jogada: golo. Na segunda jogada: penálti”.
Nas palavras do técnico que levou o Sporting à conquista do campeonato 20 anos depois, “hoje tinha de ser assim”. “Acontecesse o que acontecesse no jogo, toda a gente que esteve aqui nos últimos quatro anos merecia esta noite”, explica.
“Foi uma noite especial, mas agora há que não parar no tempo e pensar no próximo jogo em Braga”, refere Amorim.
Apesar da noite de sonho frente ao principal rival do Man. United, Amorim vai manter a tradição que levou do Casa Pia para o SC Braga – e depois para Sporting: “Não vou certamente ler nada durante seis meses”. O treinador assegura que esta “é a única maneira de fazer o trabalho bem”. “Já sei como as coisas são”, diz com um sorriso no rosto.
Ao seu futuro sucessor no Sporting, Amorim deixa apenas uma garantia: “Nunca se vai sentir sozinho”. “O treinador que vier terá uma herança boa, tem gente muito boa a trabalhar com ele, tem um ambiente no estádio muito bom e está no playoff”, antecipa.
Apesar de ter goleado um colosso europeu por 4-1, Rúben Amorim lembra que este não foi o seu melhor momento em Alvalade. Esse também foi contra o Man. City, mas quando o Sporting perdeu por 5-1 e “toda a gente aplaudiu no fim”.
Quanto ao bicampeonato, antevisto por Amorim no Marquês em maio fica também uma garantia: “Obviamente que não venho ao Marquês, não teria coragem de fazer isso. Já vou obrigado quando sou o treinador da equipa às vezes, apesar de gostar muito do momento, não gosto muito dessas festas. Mas, vou ficar muito feliz por eles”, referindo-se ao jogadores, a Hugo Viana e ao presidente Frederico Varandas.
Por fim, nas últimas palavras ditas na sala de conferência de Alvalade, Amorim garantiu: “Nunca pensei dizer isto, mas vou ser sempre do Sporting”.