A descolagem ocorreu às 04:27 de quarta-feira (20:27 de hoje em Lisboa) desde o centro espacial de Jiuquan, numa área desértica no norte do gigante asiático, para iniciar uma missão de seis meses, durante a qual a tripulação irá realizar investigação científica e atividades fora da estação.
A tripulação é liderada por Cai Xuzhe, que já participou na missão Shenzhou-14 em 2022, e é acompanhado pelos estreantes Song Lingdong e Wang Haoze.
Song serviu como piloto na Força Aérea, enquanto Wang era engenheira na Academia de Tecnologia de Propulsão Aeroespacial, adiantou a Agência Espacial de Missão Tripulada da China (AEMT).
Wang segue os passos de Liu Yang e Wang Yaping, as duas primeiras astronautas chinesas a viajar para o espaço em 2012 e 2013, respetivamente.
Durante a estadia na Tiangong, os três ‘taikonautas’ (como são conhecidos os cosmonautas chineses) irão realizar investigações relacionadas com a construção de habitats na Lua, utilizando tijolos feitos de material simulado do solo lunar.
A China, o único país que até agora aterrou no outro lado da Lua, planeia construir uma base de exploração científica juntamente com a Rússia e outros países no polo sul do satélite natural da Terra.
A nave Shenzhou-19 irá atracar na Tiangong e os tripulantes irão conviver com a tripulação do Shenzhou-18, presente na estação desde abril.
Esta é a oitava missão tripulada que visita Tiangong, que operará durante cerca de dez anos e se tornará a única estação espacial do mundo num futuro próximo se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos e da qual a China está proibida devido aos laços militares do seu programa espacial, ficar inoperacional como previsto.
Pequim reforçou o seu programa espacial com investimentos estratégicos, conseguindo conquistas como a aterragem no outro lado da Lua com a sonda Chang’e 4 e a chegada a Marte, sendo o terceiro país a consegui-lo depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.