Apesar do acordo que prevê a retirada faseada, nos próximos dois anos, das forças da coligação liderada pelos EUA do Iraque, no país devastado pela guerra crescem os apelos ao fim total da presença militar estrangeira.
Num contexto regional conturbado, o Iraque enfrenta desde outubro repercussões diretas da guerra em Gaza com vários ataques no país a visar as forças norte-americanas.
Os Estados Unidos têm cerca de 2 mil e 500 soldados no Iraque, parte da coligação internacional contra o estado islâmico. Nas últimas duas décadas, o número foi reduzindo mas não na mesma proporção do ressentimento contra as forças norte-americanas
“Considero que a sua presença continuada só irá continuar a prejudicar os iraquianos e a infringir a soberania do Iraque. Eles atuam à margem dos tratados e do quadro do direito internacional, por exemplo, atacando posições militares iraquianas. É agora claro que a presença militar dos EUA é mais prejudicial do que benéfica para o Iraque”, explica um residente local.
Posição que se agudizou depois da divulgação de novas provas sobre crimes de guerra cometidos pelos eua no iraque, amplamente divulgadas também pela imprensa iraquiana e que fizeram crescer, no país devastado pela guerra, os apelos ao fim total da presença militar estrangeira
“As acções das forças norte-americanas, quer em Haditha quer noutras cidades iraquianas, são uma violação grave do direito internacional em matéria de direitos humanos. As mortes indiscriminadas, a destruição de casas e veículos e as detenções arbitrárias constituem graves violações dos direitos humanos. Não creio que isto venha a ser esquecido. Os Estados Unidos acabarão por ter de enfrentar esta história e assumir a responsabilidade pelos seus crimes de guerra”, disse Abdul-Rahman Najim al-Mashhadani, ex-presidente da organização dos direitos humanos
Para já o que está em cima da mesa é a retirada faseada até 2026, prazo que oferece aos Estados Unidos alguma margem de manobra que permita alguns ajustes caso a situação regional mude