Sexta-feira, Outubro 11

“É importante que todos cooperem para alcançar uma paz justa”, sublinhou Zelensky, numa conferência de imprensa conjunta com Meloni, após quase duas horas de reunião na sede do governo italiano em Villa Doria Pamphilj.

 

O chefe de Estado ucraniano é recebido na sexta-feira, em audiência, pelo papa Francisco no Vaticano para explicar também o seu ‘plano de vitória’ que, entre outras coisas, contém um pedido para que a Ucrânia seja imediatamente convidada a aderir à NATO.

Zelensky agradeceu a Meloni o papel de Itália, também como atual líder do G7, destacando que “os sistemas de defesa ajudam a salvar vidas”.

Meloni, por sua vez, garantiu que o total apoio de Roma e do G7, presidido este ano pela Itália, vai continuar “até que seja necessário” e lembrou que agora “começa o terceiro inverno de guerra e metade da rede elétrica do país não está a funcionar”.

Sobre o diálogo para a paz assegurou, a primeira-ministra italiana destacou que objetivo do apoio de Roma “é colocar a Ucrânia em condições de construir uma mesa de paz”.

A governante apontou também a importância de “envolver atores internacionais que possam convencer Moscovo a sentar-se à mesa das negociações de forma credível”, anunciando ainda que Roma vai acolher a Conferência de Recuperação da Ucrânia nos dias 10 e 11 de julho.

Zelensky viajou para Roma depois de se ter reunido com o Presidente francês Emmanuel Macron.

Depois de ser recebido na sexta-feira pelo sumo pontífice, o Presidente ucraniano voará para Berlim para se encontrar com o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Em Paris, Zelensky instou Macron a intensificar a ajuda militar ao seu país “antes do Inverno”, ao mesmo tempo que negou que esteja a negociar um cessar-fogo e acusou a propaganda russa de ter espalhado essa informação.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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