Quarta-feira, Novembro 27

A construtora automotiva alemã Volkswagen anunciou esta quarta-feira a venda de suas operações na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violação em massa dos Direitos Humanos, incluindo trabalho forçado.

A empresa vai vender a sua fábrica na capital de Xinjiang, Urumqi, bem como uma pista de testes em Turpan, uma empresa chinesa, informou um porta-voz do grupo, em comunicado.

A empresa invocou “razões econômicas” e um “realinhamento estratégico” para justificar sua decisão, sendo certo que a gigante alemã está em andamento um plano de reestruturação que pode implicar o encerramento de fábricas na Alemanha.

A concorrência chinesa e a mudança para o paradigma da mobilidade elétrica são razões que têm sido apresentadas para a necessidade de cortar custos. Mas a esta estratégia poderá juntar-se outras razões, uma vez que há muito que a Volkswagen não está no centro das atenções por causa da sua fábrica de Urumqi, inaugurada em 2013, na qual a empresa tem uma participação através do seu parceiro local SAIC.

No início deste ano, o diário financeiro alemão Handelsblatt afirmou que a construção da pista de testes da VW em Turpan, em 2019, poderia ter envolvido trabalho forçado.

A Volkswagen respondeu que não tinha encontrado provas de evidência dos Direitos Humanos relacionadas com o projeto, mas prometeu investigar o assunto.

Desde há vários anos que governos ocidentais e organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam Pequim de exercer uma campanha repressiva contra os uigures e outras minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, incluindo trabalhos impostos e detenção em campos de doutrinação.

A região do noroeste da China abriga uma série de fornecedores de empresas multinacionais, incluindo grandes marcas europeias e norte-americanas.

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