Terça-feira, Outubro 22

Vereadora do PSD diz que a autarquia não foi “capaz de dar uma resposta” às dúvidas

A ordem de pagamento era para a compra de bens de primeira necessidade. O pagamento, com dinheiros públicos, era feito pela Câmara Municipal de Caminha, mas nem todos os bens parecem encaixar totalmente no rótulo.

É que para lá de pão, azeite ou leite, nesta lista de compras estavam também produtos como vinho ou… vodka.

“Vamos ver a fatura que foi paga com esta ordem de pagamento e verificamos que temos lá coisas como vodka, vinho e muitas outras coisas… tapioca hidratada. Ficamos chocados”, conta à CNN Portugal Liliana Silva, vereadora do PSD que pediu explicações à presidência de Rui Lages, do PS.

“Mostrei a fatura correspondente, pedi esclarecimentos acerca disso e ninguém foi capaz de dar uma resposta”, lamenta a vereadora.

A resposta acabou por surgir no website, onde se esclareceu que alguns dos produtos, como a vodka, o vinho ou o azeite de primeira se destinavam a iniciativas de confeção de alimentos para alunos da escola de hotelaria do concelho. Uma iniciativa no âmbito do Mercado Fish, projeto cofinanciado por fundos europeus.

“Parece-me um pouco surreal. Se é no âmbito de uma candidatura, as próprias ordens de pagamento têm de corresponder àquilo que é gasto na candidatura. Não podemos estar a usar estes fundos para gastos como estes, que são completamente superficiais”, acrescenta Liliana Silva, garantindo que existem mais faturas do género, num total que já ronda os 400 euros.

Em concreto, a vereadora questiona a inclusão de despesas com produtos como duas garrafas de vodka da marca Eristoff, uma covete de mirtilos, um saco de pistáchios ou até uma garrafa de vinho num valor superior a 12 euros.

De recordar que esta não é a primeira polémica desde que este executivo camarário foi eleito. Logo no início do mandato, o presidente da Câmara eleito, Miguel Alves, foi nomeado para secretário de Estado de António Costa – foi aí que Rui Lages assumiu a pasta. Pouco depois soube-se que estava a ser investigado por alegadas ilegalidades na autarquia, o que levou mesmo à sua demissão do governo, naquele que seria um dos muitos casos de saídas polémicas do terceiro executivo liderado por António Costa.

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